CASAL DO FOZ A TERCEIRA LENDA

Sem duvida, o Brasil é o País do futuro. Há apenas, de não se adiar esse futuro.

quinta-feira, 29 de dezembro de 2016

Resultado de imagem para maceio
MACEIÓ E PORTO GALINHAS

 No início da colonização, século XVII, navios portugueses fundeavam onde hoje se localiza o porto do bairro do Jaraguá, sendo ai carregadas madeiras das florestas do litoral. Mais tarde, o porto também serviu para o embarque de açúcar, produzido pelos engenhos locais.
Antes da fundação de Maceió, capital colonial de Alagoas, em 1609, Manuel António Duro, morou no onde hoje é o bairro de Pajuçara, recebendo do alcaide-mor de Santa Maria Madalena, Diogo Soares, uma sesmaria.
Em 1673, as terras mudaram de dono. O rei de Portugal determinou ao Visconde de Barbacena, a construção de um forte no bairro de Jaraguá.
Com isso, deu-se um grande desenvolvimento na região e o povoado recebeu uma pequena capela dedicada a Nossa Senhora dos Prazeres, mais tarde padroeira da cidade.

Resultado de imagem

A praia de Porto de Galinhas, de início, foi chamada de Porto Rico, devido ao pau-brasil ser ali muito abundante.
No auge da escravatura no Brasil, era o principal ponto de escravos ilegais do nordeste.
Muitas vezes, os mesmos chegavam escondidos em baixo de engradados de galinhas-d’angola.
Achegada dos escravos ilegais ao porto, era costume ser anunciada com a frase: “tem galinha nova no porto”!
Da forma resultou que, a praia de Porto Rico, acabou mesmo por ficar conhecida e designada, oficialmente, por Porto de Galinhas.

Daniel Costa










domingo, 25 de dezembro de 2016

IGREJA DE SÃO FRANCISCO - CENTRO HISTÓRICO DE JOÃO PESSOA




Foto de Daniel Costa.
Foto de Daniel Costa.
Foto de Daniel Costa.

GREJA DE SÃO FRANCISCO - CENTRO HISTÓRICO DE JOÃO PESSOA

A monumental igreja de São Francisco pode ser considerada, como um dos paradigmas da evangelização que fez parte da colonização. Assim meditou Teodósio de Mello, ao visitá-la, demoradamente, o que fez parte do seu estudo sobre a colonização do Brasil.
Dado ter estabelecido morada, naquele paraíso tropical, que é João Pessoa, a grande cidade atlântica, por natureza. Já por lhe parecer ter uma das melhores localizações, para miradouro da história da colonização do Brasil, tendo em conta a extensão das suas costas marítimas, estava também a deparar-se com valiosos monumentos históricos.
A arquitectura franciscana da igreja, é historicamente, e não só, extremamente valiosa, para o estudo da missionação e até da aculturação, sobretudo do Nordeste do Brasil, por consequência, de toda a grande Nação Sul-Americana, de língua portuguesa.
A igreja de São Francisco faz parte do Centro Cultural, do mesmo nome, de João Pessoa, criado já no século XX, no governo de Tarciso de Miranda Burity. Ali funciona o complexo arquitectónico, que além desta igreja, que possui no adro um cruzeiro, notável testemunho, do Barroco no Brasil.
A igreja destaca-se, em primeiro lugar como pode ver-se, um cruzeiro na entrada do adro. Uma grande cruz monolítica, onde se vislumbram diversas águias bicéfalas, cujas representariam a chamada união ibérica, entre Portugal e Espanha, uma vez que Filipe II de Espanha, governava Portugal, como Filipe I a partir 1556.
Antes da porta principal, pode ser visto um terraço, mais conhecido como galilé, uma área onde os indígenas e as prostitutas ficavam a assistir à missa, visto que não lhes era permitido entrar na igreja com outras pessoas.


Remontam, as suas origens, à chegada ao local, em 1588 de Frei de Melchior de Santa Catarina, designado para instalar ali uma missão franciscana.
Todo um convento foi fundado em 1589, com projecto de Frei Francisco dos Santos, quatro anos depois da ocupação da região pelos portugueses, tendo sido concluído em 1591 pelo Guardião Frei António do Campo Maior.
A sua conformação, presente, é fruto de várias reformas dos séculos XVII e XVIII.
Inicialmente, era apenas uma pequena edificação de taipa com doze celas e um claustro, depois ampliada nos anos seguintes, já em alvenaria e pedra calcária.
Em 1634 foi ocupada pelos invasores holandeses e transformada em fortificação.
Depois recuperada pelos franciscanos, que a reformaram, concluindo-a em 1661. Nos seguintes dois séculos sofreria outras intervenções, até a fachada da igreja ser concluída em 1779, conforme a data gravada no frontispício.
Os interiores foram ricamente decorados, destacando-se a azulejaria, talha dourada e pintura.
Todo o convento se tornou o maior centro franciscano a norte de Pernambuco tendo um papel decisivo na ocupação da região, devido ao trabalho missionário e cultural dos frades.
A decoração interna apresenta várias alegorias ao assunto.
O conjunto arquitectónico é considerado, o mais perfeito representante da escola franciscana de arquitectura do nordeste brasileiro, no estilo; Barroco-Rococó.
O tecto da igreja é decorado com uma das mais importantes pinturas de arquitectura ilusionística do Barroco brasileiro mostrando a glorificação dos Santos Franciscanos.
A tradição atribui a José Joaquim da Rocha, fundador da escola baiana de pintura, a sua autoria, mas há pesquisadores a defender outros autores.
O claustro, é a parte mais antiga, terminado cerca de 1730. Este revela influência mourisca,  sendo constituído por um pátio quadrado, cercado por uma galeria coberta, para onde se abrem as celas.
Os azulejos das paredes laterais são decorados com motivos vegetais. No interior e no adro também há vários painéis de azulejos. Na primeira os motivos são a história de José do Egipto, no segundo, cenas da Paixão.
O púlpito, cuja beleza é indesmentivelmente maravilhoso, foi considerado pela Unesco, único no mundo, pelo esplendor da sua talha revestida a ouro.
 A igreja é uma verdadeira obra de arte que emociona, como emocionou Teodósio de Mello, pela sua grandiosidade, harmonia e graciosidade. Até pela intemporalidade.
O piso do adro é em lajes bem antigas.

Daniel Costa












segunda-feira, 21 de novembro de 2016

terça-feira, 15 de novembro de 2016

ALAGOAS, A GUERRA COM OS HOLANDESES E O QUILOMBO DE PALMARES

Resultado de imagem para FOTOS DE ALAGOAS
Resultado de imagem para FOTOS DE ALAGOAS
ALAGOAS, A GUERRA COM OS HOLANDESES E O QUILOMBO DE PALMARES

No princípio do século XVII, Penedo, Porto Calvo e Alagoas, admitindo-se essas promoções fossem atribuídas no século anterior. Mas em 1636 é foram elevadas a vilas, com a economia baseada na actividade açucareira, visto que os engenhos de açúcar se tornaram os núcleos principais da ocupação da terra.
A partir de 1630 Alagoas é atingida pela invasão holandesa, tendo povoados, igrejas e engenhos incendiados e saqueados.
Os portugueses reagiram duramente. Batidos por sucessivos reveses, os holandeses, já desanimavam, pensando em retirar-se quando para eles se passa o mameluco Domingos Fernando Calador, de Porto Calvo.
Grande conhecedor do terreno, orientou-os em nova expedição a Alagoas.
Tendo os invasores, aportado à Barra Grande passaram a vários pontos com êxito. Em Santa Luzia do Norte, a população ainda resistiu.
Após encarniçada batalha os holandeses, recuaram e retomaram a Recife.
No entanto, caindo em seu poder o arraial do Bom Jesus, entre Recife e Olinda, adregaram vitórias.
Alagoas, Penedo e Porto Calvo, foram os pontos principais se travou a luta em terras alagoanas.
Por fim, os portugueses retomaram Porto Calvo e aprisionaram, que morreu na forca em 1635.
Clara Camarão, uma mulher porto-calvense de sangue indígena, também se salientou na luta com os holandeses, acompanhando o marido, o índio Filipe Camarão, na maior parte dos lances, arregimentando outras mulheres, tomando-lhes a dianteira.
Por volta de 1641, um chefe holandês afirmou a região estar quase despovoada. João Maurício de Nassau pensou em repovoá-la, contudo o projecto não foi em frente.
À época também se produzia fumo (planta, antigamente conhecido por “ouro verde”) em Alagoas, considerado de qualidade excelente, o da Barra Grande.
Em 1645 a população participou na reacção nacionalista, na luta sob o comando de Cristóvão Lins, neto homónimo do primeiro povoador de Porto Calvo.
Expulsos os holandeses do território, em Setembro de 1645, a prossegue na luta, agora em território de Pernambuco.
No fim do século XVII, São intensificadas lutas contra os quilombos, os negros agrupados nos Palmares.
Frustradas as primeiras tentativas de Domingos Jorge Velho em 1692. Dois anos depois o quilombo é derrotado, com ataques simultâneos de três colunas: uma, de paulistas; outra de pernambucanos, comandados por Bernardo Vieira de Melo, a terceira, de alagoanos sob o camando de Sebastião Dias.
Palmares, começou a formar-se ainda no em fim do XVI século, durando cerca de em anos.
Dos maiores redutos de escravos foragidos da era colonial, Palmares ocupava, a vasta área que, coberta de palmeiras, se estendia do cabo de Santo Agostinho ao rio São Francisco. A superfície, progressivamente, reduzida com o passar do tempo viria, em fins do século XVII, a concentrar-se, na ainda extensa região delimitada pelas vilas de Una Serinhaèm em Pernambuco e Porto Calvo, Alagoas e São Francisco penedo, também em Alagoas.
Os escravos se organizaram reduto, um verdadeiro estado, em moldes africanos com o quilombo constituído de diversas populações (mocamos) cerca de onze, governadas por oligarcas, na chefia suprema do rei Ganga-Zumba.
A partir de 1667, intensificaram-se as entradas contra os negros, a princípio com a finalidade de os recapturar, em seguida com a de reconquistar as terras de que aqueles se tinham apoderado.
As investidas do sargento-mor Manuel Lopes em 1835 e de Fernão Carrilho 1677, foram desastrosas para os quilombos. As hostes aguerridas em seguida a uma primeira expedição punitiva, em 1679, que liquidaria o velho, verdadeira e última resistência.
Desapareceu o quilombo de Palmares, em 20 de Novembro de 1695.

Daniel Costa






quinta-feira, 10 de novembro de 2016

ALAGOAS E O PLANALTO

Resultado de imagem para IMAGENS DE ALAGOAS
Resultado de imagem para IMAGENS DE ALAGOAS
ALAGOAS E O PLANALTO

Reconhecida desde as primeiras expedições portuguesas, a costa do actual Estado de Alagoas, desde cedo, foi também visitada por embarcações de outras nacionalidades, para escanto do pau-brasil.
Alagoas aquando da instituição de Capitanias Hereditárias foi integrada na de Pernambuco, a sua ocupação remonta à fundação da vila do Penedo em 1545, pelo donatário Duarte Coelho Pereira, que incentivou a fundação de engenhos na região, nas margens do rio São Francisco.
Região celebrizada, por ter palco do naufrágio da nau Nossa Senhora da Ajuda e posterior massacre dos sobreviventes, entre os quais o bispo dom Pero Fernandes Sardinha, pelos caetés, em 1556. O episódio serviu de justificação para a guerra de extermínio desse grupo indígena pela Coroa portuguesa.
No início do XVII século, para além da lavoura de cana-de-açúcar, a região de Alagoas já tinha expressão como produtora regional de farinha de mandioca, tabaco e peixe seco, consumidos na Capitania de Pernambuco.
Durante as invasões holandesas do Brasil, de 1630 a 1654, o seu litoral tornou-se terreno de violentos combates, multiplicaram-se os quilombos no seu interior, os africanos evadidos dos engenhos de Pernambuco e da Bahia.
Palmares, o mais famoso chegou a contar, com vinte mil pessoas, no seu apogeu.
Os quilombos constituíam locais de refúgio de escravos africanos e afrodescendentes, em todo o continente americano. Eram entendidos pelo Conselho Ultramarino, do governo português em 1740, como todo o agrupamento de negros fugidos que passesse de cinco.
A comarca de Alagoas, constitui-se em 1711, sendo desmembrada da Capitania de Pernambuco, por decreto de 16 de Setembro de 1817, em consequência da revolução pernambucana daquele ano.
Foi o seu primeiro governador, Sebastião Francisco de Melo e Póvoas, assumindo a função a 22 de Janeiro de 1819.
Barra Grande terá sido o primeiro ponto do Território de Alagoas visitado por descobridores europeus, por ocasião da viagem de Américo Vespúcio em 1501. Embora não haja qualquer referência àquele porto, excelente para acolher navios. Como a expedição vinha de norte para sul, pode crer-se que o primeiro contacto com a terra alagoana tenha ocorrido ali.
Vespúcio assinalou um rio a que chamou São Miguel. A 4 de Outubro denominou São Francisco o rio então descoberto, actualmente limite de Alagoas com Sergipe.
Nas décadas seguintes os franceses andaram pela costa alagoana, no tráfico do pau-brasil. O porto do Francês documenta a presença daquele povo.
Em 1570, em segunda bandeira enviada por Duarte Coelho, comandada por Cristóvão Lins, explorou o norte de Alagoas, onde fundou Porto Calvo e cinco engenhos, dos quais ainda existem dois. O Buenos Aires e o Escurial.
Neste, repousou em 1601, o corsário Inglês Anthony Knivet, que viajara por terra após fugir da Bahia, onde estivera prisioneiro dos portugueses.
Quão é importante fazer-se uma reflexão, sobre a expansão marítima de Portugal, pela lógica da dinâmica criação do reino, por D. Afonso Henriques.
Portugal com a sua origem, como pais, no Condado Portucalense, devido a estar afastado dos centros de decisão, politica, da cristandade europeia, então vigente, na primeira dinastia, foi conquistando terras aos moiros, rumando ao sul.
Chegado ao Algarve e consequentemente ao mediterrânio, estavam traçadas as fronteiras do país.
Porém, as elites constituídas pelos fidalgos, a irrequietude de espirito, a que não seria alheia uma crescente demografia, iam ditando que as fronteiras se estabelecessem para além do oceano, dado este ser patente, em metade do país.
Tudo isso explica a expansão ultramarina, de que o Brasil foi paradigma.
Era nisto que Teodósio de Mello meditava, enquanto ia pensando no quanto os portugueses foram vencendo todos de obstáculos.
Só assim se explica que o Brasil, na sua extensão, seja hoje um grande espaço da lusitanidade, que a todos deve orgulhar, já que a nossa pátria é a nossa língua.

Daniel Costa






sexta-feira, 4 de novembro de 2016

GUARABIRA - TERRA DA LUZ - CAPITAL DO BREJO

Resultado de imagem para guarabira
Resultado de imagem para guarabira

GUARABIRA – TERRA DA LUZ - CAPITAL DO BREJO

O nome Guarabira vem do temo tupi Guiraobira que designava o chefe da tribo. O topónimo pode, entre outras interpretações, ser traduzido, por pássaro verde.
Por volta do décimo século, a região foi invadida por povos tupis procedentes da Amazónia, que expulsaram os originais habitantes, falantes de línguas macro-jês, para o interior do continente.
Quando os primeiros exploradores, no século XVI, chegaram à região, esta era habitada pela tribo dos potiguares.
No reinado de Filipe III de Espanha, II de Portugal, Duarte Gomes da Silveira, filho de pais portugueses, Pedro Alves da Silveira e Maria Gomes Bezerra, nascera em Olinda e teve notável influência nas origens de Guarabira. Foi durante o domínio espanhol que ele iniciou perto da Araçagi, a pecuária e os latifúndios.
Relevante foi a ida da vila de Natal para Cupuoba e Quandus, aldeia de índios, do Jesuíta Gaspar de Samperes, no fim das guerras dos potiguares, em 1578, em missão de paz.
O padre viajou a pé para a pacificação potiguar, sem armas, apenas vestido da couraça da fé, transformado os valentes rebeldes selvagens em ovelhas mansas e fiéis.
O jesuíta Gaspar era espanhol.
Tempos após, holandeses garimpeiros, sob as ordens de Elias Herckmans, procuravam minas no Rio Araçagi desta zona, o que ocorreu na segunda metade do seculo XVI, aquando da capitania da Paraíba e fundação do município da Senhora das Neves, em 1585, o que viria a ser a cidade de João Pessoa.
Em 1592, Feliciano Coelho de Carvalho, governador da capitania, com a colaboração dos tabajaras, conseguiu, diversas vezes, travar combates vencedores, com índios potiguares e seus aliados franceses, que se localizavam na Serra da Copaoba, actual Serra da Raiz. Período, em que mercê dos seus trabalhos, Duarte Gomes recebeu o título de capitão-mor da Serra de Cupaoba.
A fundação de Guarabira teve lugar em 1694, em terras do engenho Morgado, pertencentes a Duarte Gomes Teixeira. As primeiras residências edificadas, mais tarde, deram origem à Vila da Independência, primeiro topónimo da cidade de Guarabira, que em virtude da sua localização e excelência do solo, tornou-se de enorme prestígio e influência nas suas redondezas.
Em 1 de Novembro de 1755, com o conhecido e transcendente terramoto de Lisboa, José Rodrigues Gonçalves da Costa, tomado de pânico fugiu da Póvoa de Varzim, no norte, perto da cidade do Porto, sua terra.
Aportou em Guarabira com toda a família.
Costa Beiriz, por ser da localidade do mesmo nome, como ficou conhecido, mandou construir uma capela onde colocou, uma imagem da Nossa Senhora da Luz, de que era muito devoto e levara de Portugal.
Esta tornou-se a padroeira do município, embora o padre João Milanez, já tivesse construído a primeira igreja do Município, a capela de Nossa Senhora da Conceição em 1730.
Em 1760 começaram as primeiras orações e novenas à Virgem da Luz.
Sempre atento a pormenores ditados pelas suas pesquisas, Teodósio de Mello, não encontrando mais referências a José Rodrigues Gonçalves da Costa, tomou a liberdade de intuir, que o mesmo teria casa com terras em Lisboa, possivelmente na freguesia de Carnide, ainda bastante rural.
De tudo se pode pressupor que ele estaria algures na freguesia de Carnide, onde a Senhora da Luz, na sua vetusta catedral, já era de enorme tradição, ser muito venerada, quando se deu o terramoto, seguido de marmoto.
Acresce ainda que, o grande terramoto, se deu de Lisboa para o sul e a Póvoa de Varzim é bem no norte de Portugal.

Daniel Costa







domingo, 30 de outubro de 2016

MANAUS E A DIPLOMACIA PORTUGUESA

Resultado de imagem para manaus pontos turisticos
Resultado de imagem para manaus pontos turisticos

MANAUS E A DIPLOMACIA PORTUGUESA

Entretanto, Teodósio de Mello viajara para Lisboa, com Samira. Era a primeira viagem transatlântica desta, que estava a adorar a capital do grande império que foi Portugal.
Aquele, procurando situar-se e situar a esposa na época áurea das descobertas, de que o Brasil foi e sempre será paradigma, porquanto será, o País que mais se deve identificar, culturalmente, com Portugal, o colonizador.
Na verdade, nos dois países, hoje irmanados no mesmo idioma, a circulação de pessoas, comumente, faz-se sem qualquer constrangimento.
Acresce, a maior comunidade de pessoas trabalhadoras, em Portugal, ser natural do Brasil. A todo o momento encontram-se transeuntes com sotaque Brasileiro, como estava a constatar Samira, que o fez notar ao amado marido.
É facto que o fluxo de deslocação do capital de trabalho, já no final do século XX se notava, porém neste século XXI, se inverteu. Depois de os portugueses, encontrarem trabalho no país irmão, agora é vez dos brasileiros em Portugal.
Teodósio de Mello, já rodado em pensamentos imaginativos e pesquisas sobre a descoberta e ocupação do Brasil, por portugueses, quis visitar e sentir dois emblemáticos locais imbuídos de sentido histórico do que às descobertas diz respeito: Sagres, onde já passara e a Praça do Império, em Lisboa.
Estava pois, na Praça do Império, olhou todo o grande espaço circundante que comporta, desde os manuelinos, Mosteiro dos Jerónimos, ou a magnifica Torre de Belém, cuja estrutura interior, foi criada à imagem de uma caravela. Para apenas citar monumentos bem representativos e a marcar o local de partida à descoberta do Brasil em 1500.
Foi ali que, Teodósio de Mello deu em pensar também na importância da diplomacia portuguesa, cuja excelente tradição marcou bastante a ocupação de terras do Brasil.
Já na sua actual morada no Hotel Tambaú, na cidade de João Pessoa continuou a debruçar-se, sobre a criação do novo Brasil, cuja grandeza territorial e humana, tanto admirava.
A cidade de Manaus foi fundada em 1669, a partir do forte de São José da Barra do Rio Negro, na margem esquerda do mesmo rio. A origem do nome provém da tribo dos manaós.
Na língua indígena, Manaus é a variação de Manaos que significa Mãe dos Deuses.
A ocupação da região de Manaus, aconteceu em 1657, quando tropas de resgate, comandadas pelo cabo Bento Manuel Parente, saíram de S. Luís acompanhadas de dois padres, Francisco Veloso e Manuel Pires. Durante algum tempo, a tropa fixou-se na foz do rio Tarumã, onde foi colocada uma cruz, como o costumado, rezada uma missa.
Em 1658, outra tropa de resgate, com origem no Maranhão, chegou à região, procurando além dos nativos, as chamadas “drogas do sertão”. Os nativos viam assim as suas aldeias saqueadas, pelos exploradores e os rebeldes que se recusassem a ser escravizados eram mortos.
O interesse em construir um forte na localidade veio apenas em 1668, quando o capitão Pedro da Costa da Costa Favela, caçador de índios, ao regressar ao Pará convenceu o governador António Albuquerque Coelho de Carvalho, da necessidade táctica de ser a região dotada de fortificação, contra o assédio dos holandeses e espanhóis.
A missão de construir um simulacro de fortaleza foi dada a Francisco da Mota Falcão, que recebeu auxílio de Manuel Mota Sequeira. O seu primeiro comandante foi o capitão Angélico de Barros.
O que é reconhecido como Amazónia, nos primeiros anos do século XVII, pertencia ao Estado do Maranhão e a única cidade existente era São Luís, onde se concentrava todo o poder daquele estado.
A região central e oeste foram ocupadas apenas por ordens religiosas que se subdividiram em áreas de missões e aldeamentos de actuações de Jesuítas, Carmelitas, Dominicanos e Franciscanos.
O que variou ao longo do tempo, mormente com o fim da Companhia de Jesus em meados do XVII século.
Ao tempo que as Ordens Religiosas dominavam o interior do vale Amazónico o Governo do Estado do Maranhão promovia a distribuição de terras para particulares fundarem as suas capitanias.

Daniel Costa


quinta-feira, 27 de outubro de 2016

RIO AMAZONAS - TRATADO DE MADRID

Resultado de imagem para amazonas
 Resultado de imagem para amazonas

RIO AMAZONAS – TRATADO DE MADRID

Devido ao à presença avançada dos frades franciscanos e por fortificações em Guaporé, a norte da região, a presença portuguesa ia-se continuando a impor.
Os franceses, instalados em Caiena (Guiana Francesa), objectivavam descer o litoral para alcançar o Amazonas, instigando surtidas constantes de sacerdotes, pescadores e predadores de índios.
Era assim que as expedições de reconhecimento portuguesas experimentavam grandes dificuldades na actual região do Amazonas. No rio Negro, os manaós tidos como índios valentes e resistente, coligavam-se com tribos vizinhas e os torás na bacia do Madeira, entregavam-se a uma guerra de morte contra sertanistas e colectores de especiarias.
Na zona do rio Solimões, a penetração portuguesa ia-se defrontando com missões castelhanas dirigidas pelo jesuíta Samuel Fritz.
O Amazonas passou a ser disputado por portugueses e espanhóis que habitavam a respectiva bacia. Da luta resultou a disputa pela posse da terra o que motivou a formação de enormes latifúndios.
A região do alto do rio Amazonas foi então considerada estratégica, tanto para a diplomacia espanhola, por representar via de acesso ao Vice-reino do Perú. Para a diplomacia portuguesa, especialmente, a partir da descoberta de ouro nos sertões de Mato Grosso e Goiás, visto a rapidez de escoamento a partir da bacia do rio Amazonas.
Por ordens secretas de Lisboa, as forças militares invadiram as missões espanholas, expulsando padres e soldados que as amparavam.
Como corolário, entre 1691 e 1697, Inácio Correia de Oliveira, António de Miranda e José Antunes da Fonseca apossaram-se do Solimães e Francisco de Melo Palheta tomava do domínio português do alto Madeira. Belchior Mendes de Morais invadia a bacia do Napo.
O Enorme espaço conquistado tornou-se produtivo e a Coroa portuguesa, necessitando de consolidar a posição, solicitou o consequente trabalho missionário para a área.
Os frades carmelitas e os inacianos, assim como mercenários que foram aprofundando a colonização dos antigos domínios espanhóis no estado do Amazonas.
Espalhavam-se as missões dos jesuítas pelo vale contiguo do Tapagós e mais a oeste, pelo Madeira, enquanto os mercenários se estabeleceram próximo da divisa com o Pará, nos cursos do Urubu e do Uaturmã.
Os Carmelitas disseminaram os seus aldeamentos ao longo do Solimães, do Negro e ao norte no Branco, no actual estado Roraima.
Sempre a ideia de converter os gentios à fé católica e, claro, ampliar o comércio de especiarias. Os religiosos transferiam as missões com frequência, seguindo as margens dos rios.
Esses múltiplos aldeamentos surgiram bastantes povoados, como Cametá, na foz do Tocatins; Airão, Carvoeiro, Moura e Barcelos, no rio Negro; Santarém, na foz Tapajóz; Faro, no rio Nhamundã; Borba, no rio Madeira; Tefé, São Paulo de Olivença e Coari, no Solimães no curso do Amazonas.
É nesse contexto que se inserem as secretas instruções do Marquês de Pombal, primeiro-ministro da rei D. José, passadas ao Capitão General da Capitania do Grão-Pará, João Pereira Caldas, para que fossem fundadas sete feitorias, pelos cursos dos rios amazónicos de Belém até Vila Bela do Mato Grosso e à capital da Capitania do Rio Negro, para apoiar o comércio com as províncias espanholas do Orinoco, na Venezuela e Quito, Equador, assim como do Perú.
Este comércio era antes feito, a partir da colónia do Sacramento, no Uruguai, fundada em 22 de Janeiro de 1680, por Manuel Lobo, então Governador da Capitania Real do Rio de Janeiro, por instruções de Lisboa.
O tratado de Madrid, firmado na capital espanhola, entre os reis D. João V de Portugal e D. Fernando VI de Espanha, em 13 de Janeiro de 1750, para definir os limites fronteiriços, entre as respectivas colónias sul-americanas.
O novo Tratado teve como fim substituir o das Tordesilhas, que na prática já não era respeitado, consagrando o direito à posse, pondo fim às consequentes disputas.
Dentro do projecto de ocupação do sertão amazónico, constituiu-se a Capitania Real de São José de Rio Negro, pela Carta-régia de 3 de Março de 1755, com sede na aldeia de Mariuá, elevada a vila de Barcelos em 1790.
Já no início do século XIX, a sede do governo da Capitania foi transferida para a povoação do Rio Negro, elevada a Vila da Barra do Rio Negro.

Daniel Costa








domingo, 23 de outubro de 2016

AMAZONAS E O TRATADO DAS TORDESILHAS

Resultado de imagem para amazonas
Resultado de imagem para guerreiras amazonas

AMAZONAS E O TRATADO DAS TORDESILHAS

Amazonas foi o nome originalmente, dado pelo espanhol, Francisco Orellana, ao rio que banha o estado, quando  desceu todo o seu comprimento, em 1541. Afirmando ter encontrado uma tribo de índias guerreiras, com que teria lutado, associando-as as amazonas da mitologia grega, deu-lhe o nome de “Rio de las Amazonas”.
Pelo Tratado das Tordesilhas, celebrado em 7 de Junho de 1494 entre o Reino de Portugal e a Coroa de Castela, com o fim de dividir as terras “descobertas e a descobrir”, por ambas as Coroas fora da Europa, que definia como linha de demarcação, o meridiano 370 léguas a oeste da ilha de Santo Antão, no arquipélago de Cabo Verde, todo o vale amazónico se encontrava nos domínios da Coroa espanhola.
Foi assim que, a foz do rio Amazonas foi descoberta por Vicente Yáñez Pinzón, navegador espanhol que a alcançou em Fevereiro de 1500, seguido de seu primo Diego Lepe em Abril do mesmo ano.
Em 1541, outros espanhóis, Gonzalo Pizarro e Francisco de Orellana, partindo de Quito, no actual Equador, atravessado a cordilheira dos Andes exploraram o curso do rio até ao Oceano Atlântico.
A viagem, que durou de 1540 a 1542, relatada pelo frei dominicano, Gaspar Carvaial, este afirmou, realmente, que os espanhóis lutaram com mulheres guerreiras, as icamiabas, designação genérica que, segundo o folclore brasileiro, mulheres que formariam uma tribo de guerreiras, nas margens do rio disparam-lhe flexas e dardos de zarabatanas.
Ainda no século XVI, os espanhóis realizaram outra expedição similar à de Orellana. Pedro de Ursua, vindo do Perú, também navegou o Amazonas, 1559-1561, em procura do lendário Eldorado.
Ursua foi assassinado no caminho e a expedição, comandada por Lopo Aguirre, prosseguiu tendo chegado ao oceano em 1561.
Como resultado, os espanhóis, cientes das dificuldades em conquistar tão vasto espaço, decidiram adiar a tarefa de coloniza-lo.
Quase de imediato, os Ingleses e holandeses que disputavam o domínio das Américas aos ibéricos, entregaram-se à exploração do Amazonas, lançando ai as bases de implantações coloniais, através do levantamento de feitorias e pequenos fortes, chamados “drogas do sertão”, em 1596, ainda assim a região não tinha uma ocupação efectiva.
Até ao segundo decénio do século XVII, quando os portugueses começaram a ultrapassar os limites das Tordesilhas, as companhias de Londres e Flessigen, promoviam activo comércio de madeiras e pescado, iniciando mesmo plantios de cana-de-açúcar, algodão e tabaco.
Os governos passaram a dar, abertamente, estímulos à empresa.
Robert Harcourt obteve carta-patente de Jaime I da Inglaterra, em 1612, para explorar o território do Amazonas.
Foi só, em 1580 – 1640, durante a Dinastia Filipina, que a Coroa hispano-portuguesa se interessou pela região, com a fundação de Santa Maria das Graças do Grão-Pará (actual Belém) em 1616.
Dignas de registo, são as expedições do Capitão-mor, da Capitania do Grão-Pará e Cabo, Pedro Teixeira, que percorreu o grande rio, do Oceano Atlântico, até Quito, com 70 soldados e 12.000 indígenas em 47 canoas grandes (1637-1639) e logo de seguida a de António Raposo Tavares cuja bandeira, saindo da capitania de São Vicente, atingiu os Andes. Retomando o rio Amazonas, percorreu, cerca de 12.000 Km. Entre1648 e 1651.
Ao virar o século XVII, o domínio português ia-se consolidando.

Daniel Costa



sexta-feira, 21 de outubro de 2016

CIDADE DE FORTALEZA - TRATADO DE TABORDA

Resultado de imagem para fortaleza
Resultado de imagem para fortaleza

CIDADE DE FORTALEZA – TRATADO DE TABORDA

Entre 1637 e 1644 o forte da barra do Ceará foi reformado, com a construção de outro em Camocim.
Em 1639, George Marcoral, esteve no Ceará para uma expedição que, partindo do Fortim de São Sebastião, percorreu o oeste cearense até à região dos Inhamuns (microrregião dos Sertões cearenses).
Os holandeses permaneceram naquela Capitania até 1644, quando Gedeon Morris e sua tropa, que regressavam das batalhas no Maranhão, foram mortos numa emboscada, organizada pelos próprios índios.
Com essa emboscada de 1644, o Fortim de São Sebastião também ficou destruído.
De 1644 a 1649, o Ceará foi administrado pelas etnias então existentes. A presença europeia só recomeçou, depois de contactos e negociações, ao fim desse período. Negociações feitas entre nativos e António Paraupaba em 1648.
Com a chegada de Matias Beck em 1649, o Siará Grande, conheceu novo período histórico, porquanto na embocadura do riacho Pajeú, foi reconstruído o Forte Schoonenborch. Foram iniciados trabalhos de busca de supostas minas de prata, pelos holandeses, que procuravam mais uma vez, estabelecer-se na região, de parceria com os indígenas.
Após a capitulação holandesa em Pernambuco, a que a Capitania do Ceará estava então anexada, o forte foi entregue aos portugueses, que o rebaptizaram de Fortaleza de Nossa Senhora da Assunção.
Restabelecia-se assim o poderio português no território. Neste período, as várias nações indígenas, que não estavam protegidas pelo Tratado Taborda, fugiram das retaliações portuguesas.
A capitulação holandesa aos portugueses foi assinada no Campo Taborda, no Recife a 26 de Janeiro de 1654.
Chamou-se Taborda ao Tratado por este ter sido feito nas terras do pescador Manuel Taborda.
A situação dos holandeses no Brasil, desde 1653, era inviável depois de tantas derrotas em batalhas com os portugueses.
As condições de vida no Recife já lhes eram precárias, devido à guerra declarada pelas forças portuguesas.
Foi diante deste cenário que os holandeses iniciaram as negociações de capitulação.
Gislbert de With, chefe do Conselho de Justiça do Brasil Holandês, foi um dos negociadores que, em 24 de Janeiro de 1654 e no dia seguinte, traduziu o Tratado e entregou aos portugueses e aceite por estes.
As condições principais, eram que a Companhia Holandesa das Índias Ocidentais, abdicava de todas as posses no Brasil e que os holandeses deixariam o solo brasileiro.
A evacuação holandesa do Recife só veio a acontecer a partir de Abril de 1654.
O acordo tinha várias cláusulas, que procuravam resolver as condições existentes dos holandeses em terras brasileiras, como os casamentos entre eles, os casados com brasileiras ou outras e as suas distintas posses.
A comunicação deste, aos sítios distantes da capital holandesa: exemplo a cláusula 13ª. ordenava o envio de uma embarcação para pessoas e bens.
Graças a esta, Matias Beck, no Forte Schoonenborch, teve conhecimento do acordo por portugueses e desta forma foi dos últimos holandeses a deixar o Brasil.
Na continuação da colonização pelos portugueses, a influência dos jesuítas foi determinante, resultando a criação de aldeamentos, como os de Porangaba, Paupina, Viçosa e outros, muitos deles fortemente militarizados, nos quais os indígenas eram concentrados para serem catequizados e assimilarem a cultura lusitana.
Tribos tupis, aliadas dos portugueses, também se instalaram em vilas militarizadas. Dessas surgiram as primeiras cidades da capitania, como Aquiraz e Crato.
O processo de aculturação, não se deu sem grandes influências e crenças, dos costumes nativos.
A intensa resistência conduziu a episódios sangrentos, como a Guerra dos Bárbaros, que se deu ao longo de várias décadas do século XVII.
Outras frentes colonizadoras surgiram com a instalação da pecuária na capitania, através dos sertões, com levas oriundas, respectivamente, da Bahia e de Pernambuco, de vilas como Icó, Aracati, Sobral e outras surgiram ao encontros de rotas do gado tangerino levado às feiras e fregueses. Mais tarde o custoso transporte de gado perdeu importância, para a produção da carne de charque (carne salgada e seca ao sol, para se manter própria mais tempo para consumo), por esta ainda no final do século XVII se ter disseminado também para as regiões serranas do Brasil.
O desenvolvimento do Ceará veio a acontecer em 1799, depois de lutas políticas e movimentos armados marcarem a obvia instabilidade.
Em 1799 o Ceará, em relação a Pernambuco, adquiriu a independência. Bernardo de Vasconcelos, foi nomeado primeiro governador do estado e responsável início da urbanização de Fortaleza.

Daniel Costa


.


segunda-feira, 10 de outubro de 2016

CAPITANIA DO CEARÁ

Resultado de imagem para ceará
Resultado de imagem para ceará

CAPITANIA DO CEARÁ

Na beleza da reluzente visão do mar da capital da Paraíba, entre o oceano e a cidade, no imponente Hotel de Tambaú, com a bela Samira a embelezar-lhe a existência, Teodósio de Mello, pensador por natureza, não podia deixar de reflectir sobre todos os aspectos que envolveram a colonização e aculturação do grandioso Brasil.
E esbarra sempre com a chamada União Ibérica, que de união nada teve de proveito para a Coroa Portuguesa. Veja-se até o caso dos holandeses que, tendo estado também sobre o jugo dos espanhóis, foi na Colónia do Brasil, que passaram a retaliar estes, quando na verdade, tiveram de ser os portugueses e seus aliados indígenas a vencer as suas invasões e expulsá-los, definitivamente do território.
Os factos da história do território cearense, na História Moderna, começaram a ser registados a partir do XVI século.
A região já habitada por várias etnias indígenas a viver da extracção de recursos naturais, como o que provinha da pesca e do comércio com povos europeus.
A História da formação do Ceará resulta de factores sociais diversos, como a interacção, dos povos nativos com os europeus e africanos e da adaptação destes ao fenómeno da seca.
A capitania, em 20 de Novembro de 1535, foi doada ao provedor-mor da Fazenda Real, António Cardoso de Barros, subalterno de Fernão Álvares de Andrade e de D. António de Ataíde. Este não se interessou em colonizá-la.
Os franceses foram os primeiros europeus a estabelecerem-se no Ceará, onde em 1590 fundaram a Feitoria da Itabanga, já ali negociavam âmbar-gris, as tatajubas (nome popular de árvores de grande porte), a pimenta e o algodão.
Os holandeses também já negociavam com os cearenses nativos, a exemplo do capitão Jen Baptista Sijens, que esteve no Mucuripe em 1600.
A partir de 1603 os portugueses tentaram, por meio do litoral, estabelecer-se em terras cearenses, porém devido à intensa resistência nativa e à falta de conhecimento de como sobreviver às secas não obtiveram sucesso.
Esta foi a primeira tentativa efectiva da colonização, graças aos contactos entre os índios Potyguara e portugueses, que Pero Coelho de Sousa, que fundou o Forte de São Tiago na Barra do Ceará, porém em 1605 sobreveio a primeira seca registada da história cearense, fazendo com que Pero Coelho e família abandonassem a capitania.
Depois da partida de Pero Coelho, os padres jesuítas Francisco e Luís figueira chegaram ao Ceará para evangelizar os ossilvícolas.
Avançaram até à Chapada da Ibiapaba, aí ficaram até à morte do padre Francisco Pinto. O padre Luís voltou para Pernambuco em 1608.
Nova expedição portuguesa foi enviada em 1612, como parte dos esforços para a conquista do Maranhão, dominado então pelos franceses.
Dessa expedição fez parte Martim Soares Moreno em 1602, que ergueu o Fortim de São Sebastião, também na Barra do Ceará. Ao voltar em 1621, encontrou o forte destruído, mas lançou as bases para início da exploração económica pelos portugueses e a convivência com os nativos.
Já estabelecidos em Pernambuco desde 1630, os holandeses tentaram invadir o Ceará em 1631, a pedido das nações indígenas cearenses. Entretanto, a primeira tentativa de conquista holandesa fracassou.
Porém, em 1637 o território voltou a ser ocupado pelos holandeses, devido a uma luta conjunta com os nativos, em cuja, os portugueses foram feitos prisioneiros e levados para a capital da capitania.

Daniel Costa



quinta-feira, 29 de setembro de 2016

CIDADE DE NATAL - OCUPAÇÃO HOLANDESA

Resultado de imagem para cidade natal brasil
Resultado de imagem para natal brasil

CIDADE DE NATAL - OCUPAÇÃO HOLANDESA

Data de 21 de Dezembro de 1631 que, uma frota de 14 navios, com dez companhias de combatentes veteranos, comandada por Hartman Godefrid Van Steyn-Gallefels, partiram de Recife, rumo à cidade de Natal, desembarcando em Ponta Negra, depois em Genipabu.
Cerca de dois anos depois, em cinco de Dezembro de 1633, outra esquadra comandada por Jean Cornelis Sem Lichtard, com tropas que Baltazar Bim comandava, vieram a partir de novo do Recife para a capitania de Rio Grande do Norte.
Ferindo Pero Mendes Gouveia, capitão-mor, tomaram a Fortaleza da Barra do Rio Grande do Norte, que se passou a chamar Castelo de Keulen, dando assim início ao domínio holandês da capitania.
Durante o domínio holandês, a Holanda apenas se preocupava em explorar a região, pondo cobro a qualquer tipo de resistência.
De notar, o que se deu em 1645, quando o fanatismo religioso conduziu aos massacres de Cunhaú e Uruaçú, numa chacina no contexto das invasões holandesas, nos Engenhos de Canguaretana e São Gonçalo de Amarante.
Conta-se que Jacob Rabbi, judeu alemão, conhecido dos moradores por já ter passado, anteriormente, escoltado pelas tropas dos índios Tapuías, deixando ódio e destruição. Veio então com mais forças, além dos Tapuias, vinha com alguns potiguares e soldados holandeses.
Como de costume, sendo Domingo, 16 de Julho de 1645, na Igreja de Nossa Senhora das Candeias, o pároco André de Soveral, começou a celebração da missa e depois da elevação do Corpo e Sangue de Cristo, as portas da Capela foram fechadas, foi então que as cenas de atrocidades tiveram lugar.
Depois, em 3 de Outubro do mesmo ano de 1945, a mesma cena em Uruaçu, também a mando de Jacob Rabbi.
Finalmente, depois de 21 anos, em 1654, o domínio holandês terminou no Rio Grande do Norte.
Contudo, os batavos (holandeses) deixaram a capitania, deitando fogo, deixaram um rasto de destruição.
Anos depois, o Rio Grande do Norte envolveu-se noutro conflito – Guerra dos Bávaros – que agravou a situação, continuando a impedir o desenvolvimento local.
Em 1695, Bernardo Vieira de Melo, assume o governo da capitania e finalmente, a região foi pacificada.
Em 11 de Janeiro de 1701, o Rio Grande do Norte foi subordinado a Pernambuco, posteriormente, à Paraíba.
Durante todo o século XVII a agro-pecuária foi a base da economia potigular, o nome dado a quem nasce no Rio Grande do Norte.
Fundada no dia de Natal de 1599, nas margens do Rio Potengi, a cidade de Natal, mundialmente conhecida, foi desde logo, a capital do Rio Grande do Norte.
A fazem conhecida, importantes monumentos, parques, museus e pontos turísticos. De destacar o Teatro Alberto Maranhão e a Coluna Capitolina Del Pretti no Centro Histórico,  a Ponte New Navarro, o Museu Câmara Cascudo, o Parque da Cidade Dom Nivaldo Monte, o Museu de Cultura Popular, o Parque das Dunas, a Catedral Metropolitana e praias como Ponta Negra e dos Artistas.

Daniel Costa