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quinta-feira, 4 de agosto de 2016

SÃO LUIS - OCUPACÃO HOLANDESA


SÃO LUIS – OCUPAÇÃO HOLANDESA

Cerca de 1641, uma esquadra holandesa de 18 embarcações, com um milhar de militares, comandados pelo almirante Jan Cornelisz Lichthart e pelo coronel Koin Handerson.
O principal objectivo dos holandeses, seria ali a expansão da indústria açucareira.
Antes os holandeses já tinham invadido boa parte do nordeste brasileiro, tomando cidades como Salvador, Recife e Olinda.
Agora a frota dos holandeses, era comandada por Pieter Baas que investindo contra São Luis, amedrontando os seus moradores, o que fez a cidade ficar deserta.
Foi feito prisioneiro o governador da cidade, o fidalgo português Bento Maciel Parente, veterano do sertão, em seguida hasteada a bandeira holandesa.
A cidade foi saqueada, igrejas foram roubadas, assim como cerca de cindo mil arrobas de açúcar.
Tudo a fazer resultar numa paralisação da economia maranhense.
Dez meses após a investida, os lavradores portugueses revoltaram-se contra a invasão holandesa, em conspiração com os religiosos da Companhia de Jesus, auxiliados por mamelucos e indígenas fiéis.
Era líder da revolta António Muniz Barreiros que, faleceu durante o conflito, tendo sido substituído por outro senhor de engenho António Teixeira de Melo.
O Outeiro da Cruz, à época ficava fora das portas da cidade, local religioso, que foi palco de recontros de grande crueldade. Os holandeses dizimavam os habitantes que ainda ficavam no burgo.
Em Taquitapera, actual município de Alcântara, no continente, Teixeira de Melo recebeu emissários do príncipe Maurício de Nassau, este ofereceu-lhe o governo dos portugueses do Maranhão.
Se a proposta fosse aceite, o político teuto-neerlandês teria recolhido a São Luis. Porém a proposta foi recusada e a luta continuou até Fevereiro de 1644,
Nessa data, os neerlandeses retiraram-se, depois de um período de ocupação intranquila de 27 meses, em que 17 foram período de lutas.
Sobrou aos holandeses a ruína do casarão onde residiu o governador Pieter Baas. Casarão que viria a ser derrubado de todo apenas em 1939. A posição ancestral europeia, indígena e africana, segundo um estudo genético de 2005, a contribuição europeia chega 42%, a indígena 39% e a africana 19%.
A capital do Maranhão, hoje fica na recordação, pelo enorme casario de arquitectura portuguesa.
Fundada já em 1755, pelo Marquês de Pombal, a Companhia de Comércio de Grão-Pará e Maranhão, que se destinava a controlar e fomentar a actividade comercial daquele Estado, fortalecendo a prática do mercantilismo no reino.
Face à proibição da escravidão indígena no Estado do Grão-Pará e Maranhão, a Companhia foi originada por, em 1752 pela Câmara Municipal de São Luis do Maranhão ter pedido ao governador e capitão-general, Francisco Xavier de Mendonça Furtado.
Era ideada, então uma sociedade autorizada a explorar o comércio de importação de escravos africanos.
O governador aceitando com agrado a ideia e depois de conseguido o apoio dos cidadãos mais influentes de Belém do Pará, encaminhou-a ao seu meio-irmão, o Marquês de Pombal.
No Reino, no âmbito da restruturação administrativa então promovida, Pombal atraiu à ideia grandes comerciantes das praças de Lisboa e Porto.
Desse modo a 7 de Agosto de 1755, com o capital social de 1200.000 cruzados, fundava-se a Companhia.
O objectivo era vender escravos africanos em grande escala, naquelas capitanias e com isso desenvolver a agricultura e fomentar o comércio.
Com esse fim recebeu diversos e importantes privilégios.
O grande número de facilidades e prerrogativas concedidos à companhia por parte do Estado, foi criticado pela Companhia de Jesus, como por exemplo, o padre Manuel Ballestre, que do seu púlpito em Lisboa, afirmou: “quem entrar nesta Companhia não entrará na de Cristo, nosso Redentor”.
Essa afirmação custou-lhe o desterro sumário da Corte.
Apesar de todo o criticismo, a Companhia trouxe grandes benefícios a São Luis, o comércio com a metrópole floresceu.
Até então o movimento resumia-se a um navio por ano, entre 1760 e 1771, setenta e um navios dali partiam para o reino, transportando cargas de algodão, arroz, cacau, gengibre, madeira e outras.
Relativamente ao movimento de escravos, calcula-se que, até 1755 ingressaram no Estado de Do Grão-Pará e Maranhão apenas três mil africanos.
Entre 1755 e 1777 a aquisição dessa mão-de-obra, feita em Cacheu, Bissau e Angola, financiada pela Companhia, teve o número de doze mil.
Depois de aclamada Dona Maria I, no início da década de 1780, no contexto da chamada “Viradeira”, foi extinto o monopólio e a própria Companhia, em 25 de Fevereiro de 1788.

Daniel Costa




4 comentários:

  1. Mais uma lição de História, Daniel. Esta época de ocupação dos holandeses foi difícil. Mas naquela altura o Brasil era cobiçado por muitos outros países. O que mais impressiona é o movimento que leva a ir buscar escravos a África para povoar o Brasil... Custa pensar no desenraizamento dos africanos...
    Um beijo, amigo-

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  2. Ola Daniel.
    Muito bem escrito por vc.
    As invasões holandesas foram o maior conflito político-militar da colônia. Embora concentradas no atual Nordeste, não se resumiram a um episódio regional. Fizeram parte do quadro de relações internacionais entre os Estados europeus: foi uma luta pelo controle do açúcar, bem como das fontes de suprimento de escravos. Houve duas frentes interligadas, embora distantes: Brasil e África.

    Bj
















































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  3. OI DANIEL!
    RELATOS HISTÓRICOS E IMPORTANTES POIS FAZEM PARTE DA HISTÓRIA DE NOSSO AMADO BRASIL MUITO BEM DESCRITOS POR TI.
    ABRÇS
    http://zilanicelia.blogspot.com.br/

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