CASAL DO FOZ A TERCEIRA LENDA

Sem duvida, o Brasil é o País do futuro. Há apenas, de não se adiar esse futuro.

sábado, 30 de julho de 2016

CIDADE DE SÃO LUIS


CIDADE DE SÃO LUIS

Localizada na ilha de Upaon-Açu, o segundo nome foi ilha do Maranhão, posteriormente ilha de São luis.
São Luis, a capital do Maranhâo é a única cidade brasileira fundada por franceses. Aconteceu no dia 8 de Setembro de 1612. Situa-se entre as baías de São Marcos e São José de Ribamar.
A origem do nome da cidade foi em homenagem ao rei santo da França, Luis IX.
A fundação da cidade atribui-se a Daniel de La Touche, senhor de La Ravardière, que os portugueses homenagearam em 1689, construindo o palácio da casa da câmara, mais tarde sede da prefeitura municipal, atribuindo-lhe o seu nome.
No largo desse palácio, ainda hoje se mantém um busto de Daniel de La Touche.
Assim as naus vindas de França, continuaram a navegar no século XVI. Da tripulação três navios que se dirigiam ao Maranhão, a maioria permaneceu no terreno, após o fracasso da expedição.
O comandante dos três navios, que a compunham, foi o capitão Jaques Riffault.
Um dos tripulantes, Charles Des Vaux, estudou o idioma indígena e prometeu trazer mais franceses para defender e governar os índios indígenas.
De regresso a França, Des Vaux, obteve do rei Henrique IV, que Daniel de la Touche, senhor de La Ravardière, fosse junto como tripulante ao Maranhão para comprovar a acção.
Após o falecimento de Henrique IV, La Ravardier, retornou à Europa, ao seu País, onde lutou 15 anos pelo projecto de fundação, do que dominava França Equinocial.
François de Razilli, senhor de Aumelles e Razilly e Nicolas de Harlay, senhor de Sancy, barão de Molle e de Grosbois, estiveram interessados no empreendimento.
A rainha regente de França e Navarra, Maria de Médici, permitiu que participassem os religiosos da Ordem dos Frades Menores Capuchinhos.
A esquadra francesa foi constituída por três navios, comandados por La Ravardière e Razilly. A esquadra deixou o porto de Concale, na actual região francesa da Bretanha, chegando em 26 de Julho de 1612 a uma enseada maranhense.
Deram-lhe o nome de Sant’Ana, em honra à santa do dia, à ilha mais pequena e onde chegaram e encostaram os navios.
Escolhido o lugar da fortificação, a 8 se Setembro, foi levantada a cruz na ilha de Sant’Ana e abençoou-se o terreno e a fortificação, que recebeu o nome de Forte de São Luis.
Não se restringiam, os franceses, apenas à tarefa de colonizar a região: em direcção a Paris, carregaram indígenas do Maranhão.
O bispo de Paris baptizou três índios  - itapucu, tendo como padrinhos Luis XIII e Maria de Médici.
As narrativas dos franciscanos davam o forte de São Luis, como difícil de ser conquistado.
É sabido que o forte era tido como inconquistável, mesmo que atacado por uma armada real.
No entanto, colonizadores de Espanha e de Portugal iam buscando a conquista do território.
Em 19 de Novembro de 1614, o português Jerónimo de Albuquerque, o administrador colonial lusitano, comandando as suas naus e os seus homens, contra a invasão francesa, ganhou na Batalha de Guaxenduba.
Tanto os franceses na ilha como portugueses no continente fizeram descanso.
Depois mandaram emissários a Madrid e a Paris, com a proposta de a ilha ficar na posse dos franceses e o continente dos portugueses.
Julho de 1615, Francisco Caldeira de Castelo Branco, exigiu a La Ravardière abandonasse a terra que conquistou. Jerónimo de Albuquerque mudou-se para a ilha, e ai construiu o Forte de São José de Itapari, passando à luta.
Em 17 de Outubro 9 navios com 900 homens, armas, dinheiro, plantas e gado, comandada por Alexandre de Moura, aproximou-se da baía de São Marcos.
A frota desafiava a fortaleza inconquistável dos franceses.  Inevitavelmente deu-se o confronto, Jerónimo de Albuquerque atacava por terra. La Ravardière não resistiu e a 3 de Novembro devolveu a colónia, o forte, os navios e as armas.
De Pernambuco o francês foi para Lisboa, onde esteve aprisionado, antes de voltar a França.

Daniel Costa






terça-feira, 19 de julho de 2016

MARANHÃO - INICIO DA COLONIZAÇÃO DO TERRITÓRIO


MARANHÃO – INICIO DA COLONIZAÇÃO DO TERRITÓRIO

Instalado no seu apartamento do Hotel Tropical Tambaú, junto à Av. Almirante Tamandré, na cidade de João Pessoa, construído nas próprias areias da praia de Tambaú, Teodósio de Mello pensava sobre a saga dos muitos marinheiros do século XVI e seguintes que por ali passaram.
Em verdade, ele estava a viver muito próximo da Ponta do Seixas, a parte mais ocidental das Américas onde o sol nasce mais cedo, bem mais cedo.
Era manhã cedo e estava à vista de espectacular sol nascente, no Atlântico Sul, que banha terras da Paraíba e consequentemente a sua capital João Pessoa, quando a sua bela Samira se lhe veio juntar.
Bem juntinhos, e como já por hábito, trocaram impressões a propósito do empreendimento do marido, escalpelizando mais sobre a chegada de portugueses a terras do que é hoje o imenso Brasil, provendo depois a sua aculturação.
De facto um feito gigantesco que nunca será de mais realçar, em vez de menosprezar a raça deste povo, como continua a ser, simplesmente feito vendo as coisas à luz do presente, erradamente, é de crer.
Tudo tem um tempo, é no século XVI a abertura ao mundo de algumas rotas desconhecida, por grandes homens portugueses de então.
É feito de assinável grandeza!
A conversa entre Teodósio de Mello e Samira, entretanto, abordou o Maranhão, talvez um dos Distritos do Brasil, mais difíceis de anexar, devido a interferências de franceses e depois de holandeses, com quem foram travadas grandes lutas, para os expulsar definitivamente.

Não há relatos exactos sobre as primeiras expedições na costa maranhense. Contudo, há a crença que, em 1500, o espanhol Vicente Yáñez Pinzón, já navegou por toda a costa norte do Brasil.
Essa viagem de Pizón, teve origem em Pernambuco com destino à foz do rio Amazonas. No meio da vigem o navegador espanhol, já atravessou o litoral do Maranhão.
Em 1519 o cartógrafo português Lopo Homem traçou o mapa Terra Brasilis. Nesse aparecem escritos nomes de acidentes geográficos da costa maranhense.
A partir de 1524, os franceses começaram a frequentar o litoral do Maranhão. Frequência explicada, por o litoral do Maranhão ter sido esquecido pelos portugueses.
No ano de 1531, Martim Afonso de Sousa, tendo sido o comandante da primeira expedição que começou a colonizar a região, o militar e nobre português exigiu que Diogo Leite fosse responsável pela exploração do litoral norte.
Diogo Leite da foz do rio Gurupi. Que na actualidade divide os Estados do Maranhão e do Pará.
A divisa entre os actuais estados do Brasil ficou, por muito tempo conhecida como “abra de Diogo Leite”.
Em 1534, quando não tinham colonizado o Maranhão, D. João III, dividiu a Colónia em Capitanias Hereditárias.
Um ano depois o monarca de Portugal concedeu a terra a três fidalgos da sua confiança, João de Barros, Fernando Álvares de Andrade e Aires da Cunha. Os primeiros idealizaram o seu plano para a tomada de posse da Capitania.
Estes dois donatários encarregam a execução a Aires da Cunha que partiu para o Brasil no mesmo ano da doação. Durante a viagem, com dez veleiros, 900 homens de armas e 130 a cavalo, nas costas maranhenses a frota, devido a temporal violento, afundou tendo falecido o capitão, como a maior parte dos integrantes.
Entretanto, os sobreviventes fundaram um núcleo de povoamento, a que denominaram Nazaré, passando a explorar o terreno através dos acidentes geográficos fluviais. Acresce, que os indígenas em nada favoreceram essa ocupação.
Do núcleo não restou nada, quando a povoação foi destruída, os portugueses abandonaram-na.
Em 1539, outro fidalgo lusitano, de seu nome Luís de Melo da Silva, que também teve o seu navio afundado no litoral maranhense, retornando a Portugal em 1554.
João de Barros, em 1555, mandou os seus descendentes João e Jerónimo, para a sua donataria.
Naquela época os franceses já tinham entrado ali. De acordo com a narrativa que Jerónimo dirigiu ao seu monarca, estiveram na capitania 17 naus de franceses, estes já tinham edificado, com materiais de construção da época - Casas de pedra - E, claro, fazendo comércio com os indígenas.

Daniel Costa



segunda-feira, 27 de junho de 2016

CRIAÇÃO DA CIDADE DE SÃO PAULO



CRIAÇÃO DA CIDADE DE SÃO PAULO
 
Como aqui já foi anotado, em 1532, Martim Afonso de Sousa, fundou no litoral paulista a primeira vila brasileira.
Ficando donatário desta, incentivou a ocupação da região e outras vilas foram nascendo nesse litoral.
Poucos anos depois, vencida a barreira, que a serra e o mar representavam, os colonizadores vão avançando pelo planalto Paulista.
Interessado no estabelecimento de um local onde pudesse catequisar os índios, afastados da influência dos homens brancos, o padre Manuel da Nóbrega, superior da Companhia de Jesus no Brasil, observou que uma região próxima, localizada sobre um planalto seria o ideal, o então chamado Piratininga.
Em 29 de Agosto de 1553 aquele missionário, ordenou 50 catecúmenos, entre os nativos, aumentando assim o estímulo para fundar um colégio jesuíta no Brasil.
Não obstante, a procura da catequese sem a influência de colonos fosse um objectivo, o que precipitou a mudança para o planalto, foi a necessidade de resolver o problema da alimentação dos naturais que estavam a ser doutrinados, como veio a afirmar o padre José de Anchieta.
Ainda em 1553 João Ramalho, explorador português, já a morar no planalto, casado com a índia Bartira esta, por sua vez, filha do cacique Tibiriça, chefe da tribo dos Guaianases, estava apto a intermediar os interesses portugueses junto dos indígenas.
É a 25, de Janeiro de 1554, dia em se comemora a conversão do apóstolo Paulo, que os jesuítas erguem um barracão de taipa de pilão, numa colina alta. O padre Manuel Paiva celebra a primeira missa nessa colina.
A celebração marcou o início da instalação dos jesuítas no local e entrou para a história como o da criação da cidade de São Paulo.
Dois anos volvidos, os padres ergueram uma igreja, a primeira edificação duradora do povoado.
Em seguida criaram o edifício do colégio, assim como o pavilhão com os aposentos.
Em redor do colégio, foi-se formando uma pequena povoação de índios convertidos, jesuítas e colonizadores.
Em 1560, a população do povoado seria expressivamente ampliada, quando, por ordem de Mem de Sá, governador-geral da colónia, os habitantes da vila de Santo André da Borda do Campo, foram transferidos para os arredores do colégio.
A vila foi extinta, sendo e o novo núcleo populacional elevado à categoria, com o nome de “Vila de São Paulo de Piratininga.
No mesmo ano, por acto régio foi criada a sua Câmara Municipal, então designada “Casa do Conselho”.
Foi provavelmente, nesse mesmo ano de 1560 que foi criada a “Confraria da Misericórdia de São Paulo”, a actual Santa Casa da Misericórdia.
Ainda em 1562, incomodados com a aliança entre gaianases e portugueses, os índios tupinambás, unidos na Confederação dos Tamoios, lançam uma série de ataques contra a vila, a 9 de Junho, dando lugar ao Cerco de Piratininga.
A defesa, organizada por Tibibiçá e João Ramalho, obsta a que que os tupinambás entrem em São Paulo, tendo sido obrigados a recuar logo no dia seguinte.
Na eminência de novos ataques, ainda em 1590, com as necessárias obras de defesa, em meio desse ambiente de incertezas a prosperidade era impossível.
Na viragem do século XVII, a situação acalma e então, vai-se consolidando o povoamento.
 
 Daniel Costa
 
 
 

quinta-feira, 23 de junho de 2016

CRIAÇÃO DA CIDADE DO RIO DE JANEIRO




CRIAÇÃO CIDADE DO RIO DE JANEIRO
 
O litoral do actual, estado do Rio de Janeiro, na Baía de Guanabara foi descoberto pelo explorador português Gaspar de Lemos a 1 de Janeiro de 1502.
Em 1 de Novembro de 1555, os franceses capitaneados por Nicolas Durand de Villegagnon, vieram a apossar-se da maravilhosa Baía e estabeleceram uma colónia na ilha de Sergipe, actual ilha de Villegagnon.
Ali ergueram o Forte Coligny.
Entretanto, consolidavam alianças com os povos tamoios, também conhecidos por tupinambás, que ocupavam o redor da Baia de Guanabara.
Foi com o auxílio dos temiminós, rivais daqueles, que os portugueses atacaram e destruíram a colónia francesa em 1560.
Persistindo os franceses na região, os portugueses, comandados por Estácio de Sá, acompanhados por um grupo de fundadores como, D. António Mariz, desembarcaram num istmo entre o Morro Cara de Cão e o Morro Pão de Açúcar e fundaram a Cidade de “São Sebastião do Rio de Janeiro”, a 1 de Março de 1565.
Logo que foram tomando conta do território, numa pequena praia protegida pelo Morro Pão de Açúcar, edificaram uma fortificação, o embrião da Fortaleza de São João.
Devido às dificuldades da colonização, só apenas em 1565 com reforços da Capitania de São Vicente conseguiu reunir uma força de ataque, com o auxílio dos jesuítas, para cumprir a sua missão.
A definitiva expulsão dos franceses acabou por se dar só em 1567, com a subjugação dos remanescentes elementos franceses, os quais aliados aos tamoios, se dedicavam ao comércio, ameaçando o domínio português na costa do Brasil.
Foi assim que Estácio de Sá, fundou a cidade do Rio de Janeiro, tornando-se o seu primeiro Governador-Geral.
Durante a maior parte do século XVII a cidade foi tendo desenvolvimento lento. Na segunda metade do mesmo século, o Rio de Janeiro, tornou-se a cidade mais populosa do Brasil, o que lhe deu importância a estratégica fundamental para o domínio do território colonial.
No século XVI a pecuária e a lavoura da cana do açúcar iam impulsionando o progresso, definitivamente, assegurando-o, quando o porto começou a exportar ouro extraído em Minas Gerais, no século XVII, entre 1583 e 1623.
A maior área destacada da produção da cana-de-açúcar do sul, do Brasil, deslocara-se de São Vicente, para o Rio de Janeiro, na Baía de Guanabara.
Em 1640 havia ali 60 engenhos de produção, em 1639, 110 e no final do século 120.
Então  o Rio de Janeiro passou a fornecer o açúcar a Lisboa, devido à tomada de Pernambuco pelos holandeses.
A importância que se acentuou, no século XVIII com as jazidas de ouro de Minas Gerais. A proximidade tornou a consolidação daquela cidade como grande centro portuário e económico.
Foi assim que em 1763, o Marquês de Pombal, Primeiro - Ministro do rei D. José I, transferiu a capital do Brasil colonial, de Salvador para o Rio de Janeiro.
Face a estes pressupostos, Teodósio de Mello, perorando, em pensamento, sobre todas estas ocorrências, não deixava de ter em conta a moderna sociologia, sobretudo, a de Augusto Comte.
Em verdade, a história das colonizações têm a componente sociológica, que bem pode ser aplicada ao seu estudo actual, sempre em aberto em certas variáveis.
No sistema hereditário, o actual estado do Rio de Janeiro, era então compreendido entre as Capitanias de São Tomé e São Vicente.
 
Daniel Costa
 
 

terça-feira, 7 de junho de 2016

OS JESUÍTAS E A ACULTURAÇÃO DO BRASIL




OS JESUÍTAS E A ACULTURAÇÃO DO BRASIL
 
Sendo de importância, no estudo da colonização do Brasil mencionar o papel os Missionários Franciscanos que lá chegaram pelo menos até 1949, embora não tendo sido os únicos missionários, até chegaram os Jesuítas.
Deve ser destacado que, religiosamente, o Brasil nasceu franciscano. Foram estes a fundar muitos conventos, que hoje são relíquias arquitectónicas do passado.
Outras congregações religiosas também enviaram missionários, que erigiram as suas igrejas e conventos.
Em 1549 chegavam à Bahia os seis primeiros Jesuítas, chegando muitos outros nos anos seguintes.
A Companhia de Jesus, cujos membros ficaram conhecidos como jesuítas, foi fundada em 1534 pelo basco Inácio de Loyola.
A Congregação reconhecida por bula papal em 1540.
A Companhia desde logo se difundiu muito por Portugal e D. João III pediu missionários, que lhe iam sendo enviados.
Os primeiros seis jesuítas chegaram, pois, ao Brasil em 1549, integrados na armada de Tomé de Sousa.
Chefiados pelo padre Manuel da Nóbrega, foram eles Leonardo Nunes, João de Azpilcueta Navarro, Vicente Rodrigues, António Pires e seu irmão Diogo Jácome.
Iniciaram a sua catequese, erguendo um colégio em Salvador da Bahia e fundando aí a Província Brasileira da Companhia de Jesus.
A segunda vaga chegou em 1550, na armada de Simão da Gama.
O primeiro Bispo chegou em 1952, em 1553 José de Anchieta, na armada de Duarte Góis.
Mais tarde, cinquenta anos depois, os jesuítas já tinham colégios por todo o litoral, do Ceará a Santa Catarina, do nordeste a sul portanto.
A sua arquitectura religiosa, adaptada localmente, continua marcante a impor-se.
Quando foram expulsos, em 1759, havia 670 por todo o Brasil, distribuídos em aldeias, missões, colégios e conventos.
Bastantes nomes se podem destacar, mas os que ficaram mais conhecido são Manuel da Nóbrega, José de Anchieta e o Ilustre orador que foi o Padre António Vieira.
Além da vila de São Vicente, foram sendo fundadas outras povoações, secundadas por missionários, para catequisar os Índios autóctones.
São os jesuítas que mais se destacaram na missionação no Brasil e consequentemente, mais influenciaram a aculturação dos povos do Brasil, já que passaram a ser eles quem acompanhavam as vastas expedições de colonizadores.
Destinavam-se às missões, religiosas, em 1570, os designados Quarenta Mártires do Brasil. Um grupo da Companhia de Jesus, de 40 jovens, (entre 20 e 30 anos), 32 portugueses e 8 espanhóis, liderados por Inácio de Azevedo.
Durante a viagem, a sua nau foi interceptada nas Ilhas Canárias por navios de huguenotes calvinistas franceses. Ao saberem que os tripulantes eram missionários católicos atiram-nos ao mar a 15 de Julho de 1570.
Beatificados a 11 de Maio de 1854, a sua festa litúrgica tem lugar a 17 de Julho.
Sem dúvida estes mártires são o paradigma dos que se deram as vidas em prol da colonização.
Paradigmática foi também a cultura bem, destacada, do jesuíta Padre António Vieira.
Viera, além de lutar conta a “Santa Inquisição”, de que os jesuítas foram guardiões administradores, combateu essa ignominiosa heresia, se insurgindo, sobretudo na sua prodigiosa actividade de comunicador.
Denunciou também a injustiça humana da escravatura.
Além de que, a nível mundial, terá sido o primeiro homem a falar nos devidos termos de humanismo, com uma clarividência, muito à frente da época em que viveu.
Trinta volumes, da sua obra, que legou para a posterioridade o seu pensamento, o seu e saber, foram editados já no século XXI, pelo Circulo de Leitores e oferecidas cópias a Sua Santidade o Papa, Francisco I.
Em suma, o Padre António Vieira foi um dos maiores oradores de sempre, mas também exímio defensor da tolerância entre etnias.
 
Daniel Costa
 
 
 
 

 

quinta-feira, 28 de abril de 2016

CAPITANIA DE SÃO VICENTE




CAPITANIA DE SÃO VICENTE
 
Em 1530, o Rei D. João III tornava oficial a colonização do Brasil, dando seguimento ao que já estava em curso por iniciativa de bastantes privados.
A Capitania de São Vicente, sendo a primeira a ser fundada, é uma das mais conhecidas da história da colonização brasileira.
Foi assim que o rei, em 1530 enviou de Lisboa, Martim Afonso de Sousa, no dia 3 de Dezembro de 1530 com uma armada de navios, gente, armas, apetrechos de guerra e nobres povoadores.
Tendo como imediato, seu irmão Pero Lopes de Sousa, a quem o rei tinha concedido oitenta léguas de costa a fim de fundar a sua capitania, porém este veio a falecer afogado no mar.  
A expedição foi feita à custa do próprio Martim Afonso de Sousa, que além da sua nobreza, levava outros fidalgos da casa real, como Pedro de Góis que depois, pelos anos de 1558, veio a ser capitão-mor da armada.
A histografia encara esta, como a primeira expedição colonizadora do Brasil, já que levava Regimento para expulsar os franceses da costa brasileira, colocar padrões de posse desde o Rio Maranhão até ao Rio da Prata, o que não alcançou, em virtude de ter naufragado antes, dividir a costa em capitanias medidas em léguas de costa, que em seguida o rei as concederia a donatários.
Martim Afonso de Sousa estava autorizado a escolher para si mesmo, uma de cem, da melhor terra.
Fundou assim, em 22 de Janeiro de 1322 a primeira vila do Brasil que batizou de vila de São Vicente, em homenagem a São Vicente, por o ser esse o dia daquele mártir, confirmando o nome anterior já dado por Gaspar de Lemos, trinta anos antes, quando aportou à ilha, por coincidência, em 22 de Janeiro.
Graças a Martim Afonso de Sousa, São Vicente, localizado no litoral paulista, tornou-se a precursora das vilas brasileiras, e berço da democracia americana, visto que, a 22 de Agosto de 1532, elegeu a primeira câmara de vereadores. Tendo sido assim a primeira eleição popular realizada naquele continente.
A capitania de São Vicente foi criada antes da primeira capital Salvador, devido à necessidade do reino de Portugal afirmar os seus Direitos de País descobridor, que lhe era atribuído pelo tratado das Tordesilhas, celebrado entre os Reinos de Portugal e  de Castela, em virtude da região se situar na embocadura do Rio da Prata, que cabia ao reino de Castela.
Também devido a que caravelas de outros países, nomeadamente franceses, bordejavam aquelas paragens, na pirataria para o que iam guerreando, não só os primeiros colonos portugueses, como até os Índios naturais, que para os vencer, ora se aliavam aos colonizadores, ora os combatiam sós.
De todo o modo, estavam a constituir aliança, como pode deduzir Teodósio de Mello.
Ali distribuiu lotes de terras aos novos habitantes, dando inicio à plantação de cana-de-açúcar.
Montou o primeiro engenho da Colónia, o “Engenho Governador”, situado no centro da ilha de São Vicente, região do atual estado de São Paulo.
Aqui esteve a importância da armada de Martim Afonso de Sousa, que para ali navegou com a autonomia concedida pelo Rei Piedoso.
Além da vila de São Vicente, seguidamente foram fundadas outras, como Santos, São Paulo, Sant’Ana de Mogi e outras mais.
Destaque para Brás Cubas, um dos fundadores da vila de Santos.
 
Daniel Costa
 
 

sábado, 12 de março de 2016

BAHIA E A LENDA







A BAHIA E A LENDA
 
Américo Vespúcio, italiano, nasceu em Florença em 9 de Março de 1454, tendo falecido em Sevilha em 14 de Fevereiro de 1512. Foi mercador, navegador, geógrafo.
Explorador de oceanos ao serviço dos Reinos de Portugal e de Espanha, viajou pelo Novo Mundo, escrevendo sobre essas terras.
Como representante de armadores florentinos, o navegador Américo Vespúcio, veio a encarregar-se em Sevilha do aprovisionamento de navios.
A 13 de Maio de 1501, ao Serviço do rei D. Manuel I de Portugal, partiu de Lisboa na expedição de Gaspar de Lemos, constituída por três naus, o objectivo era investigar as potencialidades económicas e explorar a recém, descoberta costa do Brasil.
Munido de um calendário litúrgico, começou a dar nomes religiosos, ou de santos, às costas onde atracava, como exemplo, em 1 de Novembro de 1501, descobriu e atribuiu nome à Bahia de Todos os - Santos, maior reentrância de mar, desde a foz do Rio Amazonas ao estuário do Rio da Prata.
Teodósio de Mello, muito dado á pesquisa e estudo destes pormenores, deu em pensar na má apreciação que, em geral, os portugueses fazem dos grandiosos feitos, dos seus antepassados, que já no século XVI contribuíram muito para a globalização que hoje se verifica do mundo.
Há que reportar toda e qualquer apreciação à ideia humana prevalecente na época, procurando ser justos, o que se impõe.
Os descobrimentos portugueses e posteriores colonizações são monumental obra de um povo.
O imenso Brasil, de hoje, é bem o exemplo de uma colonização mais ou menos, bem conseguida, mercê de o nosso povo, nada ter de xenófobo.
Depois o primeiro Imperador do Brasil, D. Pedro era filho do Rei de Portugal.
Portugal que teve a corte estabelecida no Brasil, com a chegada à costa da Bahia a 18/01/1808, desembarcando em Salvador a 24 de mesmo mês com grande solenidade.
A chegada da mesma corte, ao Rio De Janeiro deu-se a 08/03/1808, com um séquito de 15.000 pessoas, tendo ali permanecido até 1821.
Eis o resultado da pesquisa de Teodósio de Mello, sobre uma das lendas, que a colonização do Brasil produziu, a que envolve o nome de Diogo Álvares Correia que diz o quanto bem a aculturação portuguesa, foi assimilada no que, viria a ser o grande Brasil.
Diogo Álvares Correia, natural de Viana do Castelo, foi um náufrago português que viajando para São Vicente, entre, 1509 e 1510, numa embarcação francesa, que naufragou, nas proximidades do Rio Vermelho, Salvador da Bahia.
Seus companheiros foram mortos pelos índios Tupinambás. No entanto ele sobreviveu e passou a viver entre os índios, tendo sido bem acolhido por estes
Posteriormente recebeu a alcunha de Caramuru, por ter sido, supostamente, encontrado pelos indígenas em meio de algas, como se fosse uma lampreia. Posto que em tupi, lampreia é designada pela essa palavra pelos Tupinambás.
A prova de que o náufrago português, Diogo Álvares Correia, foi bem acolhido é da que o chefe dos índios Tupinambás, Taparica lhe ter dado uma das filhas, Paraguaçu, como esposa.
Ao longo de quatro décadas, Caramuru manteve contactos com os navios europeus que aportavam no litoral da Bahia na busca de madeira “pau-brasil” e outros géneros tropicais.
As relações com os franceses da Normandia, entre 1526 e 1528, levaram-no a visitar aquele país, onde a companheira foi baptizada em Saint-Malo, pelo que passou a chamar-se Catarina Álvares Paraguaçu.
Sob o governo do donatário da capitania da Bahia, Francisco Pereira Coutinho, recebeu importante “sesmaria”, procurando mediar entre colonos e índios.
Porém não conseguiu evitar o recontro de Itaparica, onde Pereira Coutinho perdeu a vida.
Conhecendo os costumes nativos, Diogo Álvares, contribuiu para facilitar o contacto entre os primeiros missionários e administradores europeus.
Em 1548, tendo o rei de Portugal, D. João III, formulado o projecto de instituição do governo-geral do Brasil, recomendou a Caramuru que criasse condições, para que a expedição de Tomé de Sousa fosse bem recebida.
O fato revela bem a importância que o antigo náufrago, já alcançara na Corte portuguesa.
O seu naufrágio e vida, junto aos índios, tomaram contornos de lenda, que a filmografia do Brasil consagrou, com o filme CARAMURU – INVENÇÃO DO BRASIL.
Teodósio de Mello deu em pensar que, reside muito em lendas como esta, partindo de realidades, que abundam no País, o podermos fazer ideia de como se este se tornou o grande Brasil de hoje.
Foi assim que, de mãos dadas com seu esposo, Samira, também de descendência índia, deram por terminado a jantar daquele dia.
 
Daniel Costa