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terça-feira, 14 de março de 2017

CAPITANIA DO ESPÍRITO SANTO

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CAPITANIA DO ESPÍRITO SANTO

O que é hoje o estado do Espirito Santo, antes da colonização do Brasil, era habituado por diversas tribos indígenas, todas do tronco Tupi. As tribos do interior eram os Botocudos, sendo-lhes atribuído comportamento belicosamente hostil, além da prática de antropofagia.
No litoral as tribos também eram hostis, mas de hábitos diferentes.
A Sul, na serra do Caparaó, as tribos não eram hostis, derivando o seu nome do hábito de levar os visitantes para “ouvir o silêncio” da Serra do Castelo. As tribos eram os aimorés e os goitacás.
Foi em 1535 que os colonizadores portugueses chegaram à Capitania do Espírito Santo, tendo desembarcado na região da Prainha.
À época teve início a construção do primeiro povoado com o nome de Vila do Espírito Santo.
Por causa dos índios terem atacado essa Vila, Vasco Fernandes Coutinho promoveu a fundação de outra numa das ilhas. Esta passou a ter a designação de Vila Nova do Espírito Santo, a actual Vitória. Enquanto à antiga foi mudado o nome para Vila Velha.
Depois, em 1715, Espírito Santo foi anexado à Capitania da Bahia, então a sua capital também foi Salvador.
Refira-se o merecido destaque, o Convento de Nossa Senhora da Penha, símbolo da religiosidade capixaba, abriga ali, no seu acervo, a tela mais antiga da América Latina, a imagem de Nossa Senhora das Alegrias.
Em Julho de 1534 foram concedidas, pelo rei de Portugal D. João III, cinquenta léguas de litoral, entre os rios Mucuri e Itapernirim, ao veterano das Índias, Vasco Fernandes Coutinho, português que desembarcou no território da capitania, a 23 de Maio de 1535, dando o nome de Espírito Santo, à vila que logo fundou e ao estado, que tem o mesmo nome, dado esse ser o dia da celebração da terceira pessoa da Santíssima Trindade.
Aos naturais do Espírito Santo, além de espírito-santenses, denominam-se capixabas, devido às roças de milho na ilha de Vitória.
A fixação da vila foi uma história de lutas, já que os índios, sem resistência, não entregaram aos portugueses, as suas roças e malocas (casas comunitárias de tribos de índios).
Recuaram à floresta, para se concentraram e iniciarem uma luta de guerrilhas, que se prolongou, embora com intervalos de pequenas tréguas, até meados de século XVII. Luta bem dura, para Vasco Fernandes Coutinho.
Para o patriarca do Espírito Santo, a capitania, que fora um prémio, transformou-se em castigo, pois teve de empenhar todos os bens, para conservar a vila, acabando por morrer pobre e desvalido.
Além da insubmissão dos indígenas, o donatário ainda teve de enfrentar dissensões entre portugueses.
Usando os poderes que recebera com a carta de doação, concedeu aos seus companheiros Jorge de Meneses e Duarte Lemos, extensas sesmarias.
Com isso, criou dois implacáveis rivais.
Duarte de Lemos fundou Vitória, na época, Vila Nova, na ilha de Santo António, em posição estratégica, mais vantajosa que Vila Velha para defesa contra constantes ataques dos silvícolas. Para lá foi transferida a sede da capitania.
Na mesma época chegaram os jesuítas, empenhados na catequese, que provocava choques com os colonos, cujos preferiam dominar os gentios pela escravidão.
A presença do padre José de Anchieta conferiu especial à acção dos padres da Companhia de Jesus, nessas terras do Espirito Santo.
Desde 1561 Anchieta escolhera para refúgio a aldeia de Reritiba, donde tinha de se afastar constantemente, devido aos seus encargos ora em São Paulo, ora no Rio de Janeiro ou na Bahia.
De notar que o padre, José de Anchieta, escreveu dois poemas em Reritiba: “De Beata Virgine dei Maria” (Da Santa Virgem Mãe de Deus) e “De gestis Mendi de Saa” (Dos feitos de Mendes de Sá).
No último, foi descrita a epopeia de uma esquadra enviada da Baiha, por Mendes de Sá, governador-geral do Brasil, para socorrer Vasco Fernandes Coutinho, com a sua gente, que estavam sob cerco dos tamoios na ilha de Vitória.
A maior força dos gentios estava concentrada numa aldeia fortificada, junto ao rio Cricaré.
Foi ai que se deu a decisiva batalha, a 22 de Maio de 1558.
Os Portugueses, embora vitoriosos, sofreram baixas pesadas. Entre elas o próprio filho de Mem de Sá, Fernão de Sá, que comandava a esquadra e dois filhos de Caramuru (Diogo Alves Correia) com a índia Paraguaçu.

Daniel Costa


9 comentários:

  1. Daniel,como aprendemos com você.
    São tantos ensinamentos,que mesmo se aprendemos nas escolas é muito bom relembrar.
    Linda homenagem ao Estado do Espírito Santo.
    Bjs,obrigada pela visita e palavras.
    Carmen Lúcia.

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  2. Linda postagem, lendo aqui percebi o quanto o padre Anchieta era dedicado, pois em São Paulo, no litoral tem muitos lugares demarcados historicamente por onde ele andou, minha filha tem uma casa na cidade litorânea bem perto da praia onde está demarcado toda a trajetória do Padre Anchieta, a cidade é Itanhaém, quando quiseres pesquisar vá lá, é lindo o lugar!
    Amo isso de conhecimento sobre a História do Brasil e tu tens uma habilidade impar nisso tudo, nos mostra mesmo com maestria!
    Abraços apertados meu amigo poeta e historiador!

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  3. Que ótimo acessar um blog igual o seu e descobrir mais informações.
    Adorei!!!

    ES sem dúvidas é maravilhoso!

    Beijinhosss ❥
    Blog Resenhas da Pâm

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  4. Olá, Daniel, esse teu blog tem algo excelente: a informação específica e abrangente. Muito bom! Esse Estado, mais a cidade de Vitória, recentemente passou maus e extensos momentos com a greve dos policiais. Os criminosos tomaram conta da cidade, muito triste, muitos saques e arrastões, além de muitas mortes.
    Beijos.

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  5. Este comentário foi removido pelo autor.

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  6. Mais um interessante apontamento histórico, que li como habitualmente com toda a atenção, até porque a sucessão de acontecimentos é cativante.
    Daniel, tem um bom fim de semana.
    Abraço.

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  7. Olá Daniel,eu já havia comentado aqui.
    Obrigada pela sua visita e comentário em meu blog.
    Bjs e um ótimo final de semana.
    Carmen Lúcia.

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  8. Ivone~
    Tomei boa nota da cidade de Itanhaém. Agradeço a dica, querida amiga.
    Bjs

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  9. Querido Daniel
    Excelente descrição histórica e fotográfica de
    CAPITANIA DO ESPÍRITO SANTO.
    Como sou apaixonada por História... só podia gostar mesmo :)
    Obrigada pela óptima "lição de História".

    Bom Fim-de-semana
    Beijinhos
    MARIAZITA / A CASA DA MARIQUINHAS

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