
AQUAEE FLAVIEE
Uma das actividades diárias de Olavo consistia em, de quando em vez, ver se haviam chegado E-Mail’s, respeitantes às suas actividades de investigação.
Certo dia, pela primeira vez, um homem de seu nome Filipe, reclamava os seus serviços, deixara o número de telefone.
O E-Mail, provinha da cidade de Chaves, banhada pelo rio Tamêga, na Província de nortenha de Trás-os-Montes.
Os naturais de Chaves, designam-se flavienses.
Olavo, pelo celular, logo estabeleceu contacto com Filipe.
Este debatia-se com uma forte suspeita de traição matrimonial.
Desejava pedir rigorosa e sigilosa investigação.
Assim ficou marcado, para o dia seguinte, pelas dezasseis horas da tarde, o encontro na recepção do Forte de S. Francisco Hotel, instalado num edifício do século XII, já conhecido do inspector.
Olavo na sua satisfação de voltar a visitar a bonita cidade de Chaves, a Aquaee Flaviee, dos Romanos que a ocuparam, deixando vastos vestígios, para lá se dirigiu.
Às portas da cidade, encontrou um restaurante, com aspecto de bom ambiente.
Foi ali que se banqueteou com a célebre posta à mirandesa.
A posta à mirandesa, consiste num naco de carne de vaca, cortada em jeito de bife, é mais alto e grelhado.
Sendo de vaca, criada nas pastagens de Miranda do Douro, é muito saborosa por isso.
Como estava pelo nordeste de Portugal, embora já conhecesse, algo do interessante folclore carnavalesco da região, fora ainda visitar a localidade de Prodence.
Como faltavam duas horas e meia, para o encontro com Filipe, antes daria uma saltada à localidade, dada como o sitio oficial dos caretos
Na localidade, pôde saber, que os caretos são representações de homens, trajados de cores garridas, com nariz feito de latão ou de outros materiais.
Pensa-se que a tradição daquele tipo de mascarado, remonta ao período pré-romano.
O careto usa fato às ricas, com capuz vermelho, de cores garridas, feitos de colchas com franjas de lã vermelha, verde e amarela.
Carrega, ainda, bandoleiras com campainhas e enfiadas de chocalhos à cintura.
Da indumentária faz parte também um pau ou cacete.
Às dezasseis horas Olavo, estava na recepção do Forte de S. Francisco Hotel, quando apareceu Filipe.
Estavam num local muito acolhedor e de absoluta tranquilidade, apropriado para uma conversa confidencial, como a pretendida.
Se Filipe alimentava a esperança que apenas, de o que sentia não passaria de ciúme e suspeita.
Elas na percepção de Olavo teriam fundamento.
Disse-lho e então aprazaram, nova reunião para dali a dois dias no gabinete de Filipe.
Dali partiriam para almoçar num restaurante, antigo, simpático e tranquilo, como convinha, bastante conhecido localmente, e frequentado por Filipe.
Ali ouviria a veredicto que Olavo prometia apurar nesses dias.
Daniel Costa