

ITANHAÉM E O
PADRE JOSÉ DE ANCHIETA
Itanhaém
município da Baixada Santista, no estado de São Paulo, é a segunda cidade mais
antiga do Brasil.
Nome de
origem no antigo tupi significará “prato de pedra”: itá “pedra” e nha-em “prato”
= Itanhaém.
O rei de Portugal,
em 1532, enviou uma expedição a terras do Continente Americano, objectivando a
colonização, assim como a fundação dos primeiros núcleos de população europeia
ali.
Na tradição,
a hipótese mais provável, é de que Martim Afonso de Sousa, comandante dessa
expedição, durante dois anos, de estadia na região de São Vicente, terá fundado
o núcleo original da cidade de Conceição de Itanhaém, em 22 de Abril de 1532,
na margem oriental da foz do Rio Itanhaém, no vale do Morro Itaguaçu.
Aparecem outras
teorias a afirmar que Itanhaém terá sido fundada depois.
Certo é,
porém, que a povoação já existia em 1561, quando a documentação oficial
histórica, indica a sua elevação à categoria de Vila.
O povoado
surgiu junto do Convento de Nossa Senhora da Conceição, Estrategicamente,
construído no alto do Morro. A Vila ficava cerca de onde está hoje a Praça
Doutor Carlos Botelho, à época nas margens do antigo leito de Rio Itanhaém.
A original localização
era estratégica, em caso de ataque de índios, os moradores se pudessem refugiar
no alto do morro e aí se defenderem.
Como já foi
escrito, a povoação foi elevada à categoria de vila em Abril de 1561, pelo
capitão-mor Francisco de Morais, nomeada então Vila Conceição de Itanhaém.
A Vila passou
a ter a sua própria Câmara Legislativa e seu primeiro núcleo político.
De notar que,
uma das primeiras igrejas do Brasil foi construída, na época, em terras de
Itanhaém, de que existem apenas as ruínas chamadas “Abarebebê”, que traduzido
do tupi, significa “padre voador”, actualmente município de Peruíbe.
Em 1500, aquando
do descobrimento do Brasil, já havia na região a aldeia dos Índios Peruíbe.
Porém, a
história da povoação está, intimamente ligada ao estabelecimento dos jesuítas,
pelo litoral de São Paulo.
Em 1563 o
navegador alemão Hans Staden naufragou no alto mar, tendo nadado para a vila de
Itanhaém, partindo depois para o litoral norte.
Uma outra
figura da cidade foi o padre José de Anchieta, que peregrinou pela região
durante o século XVI, na catequese dos índios locais.
O auge da sua
importância, deu-se de 1624 até 1753, quando esta foi elevada a Cabeça da
Capitania de Itanhaém, governada pela Condessa do Vimieiro e por seus
descendentes.
Na época
cabeça de capitania, equivaleria a ser o que é hoje capital estadual.
De notar que,
a condessa era neta de Martim Afonso de Sousa e através de herança, governaria
a Capitania de São Vicente, de que fazia pate Itanhaém.
Após pleito
judicial, a Condessa foi destituída do cargo de donatária e por conta própria
criou a capitania de Conceição de Itanhém, decisiva para a história do Brasil,
já que dela saíram as primeiras Bandeiras, desbravando o interior do
continente.
Em 1654, foi
ali construído um novo Convento de Nossa Senhora da Conceição, popularmente,
conhecido como Convento dos Franciscanos e em 1761 foi inaugurada a Igreja
Matriz de San’Anna.
Daniel Costa