


SALVADOR DA BAHIA
Teodósio de Mello já gostava
deveras da cidade de João Pessoa, sobretudo daquela faixa marítima, que incluía
Tambaú, onde ficou a morar.
Assim como Samira tinha o
condão de o fazer viver um verdadeiro idílio, uma paixão, para o que muito
estaria a contribuir o clima tropical ameno que se faz sentir ali.
Naturalmente o que já teria
atraído, bastantes expedições, de Portugal desde o século XVI.
No entanto, não esquecia o
objectivo de continuar as suas pesquisas, sobre a aculturação portuguesa que o
ano de 1500 originou.
Foi assim que, se fazendo
acompanhar de Samira, se encontrou em Salvador da Bahia, a cidade que foi a
primeira capital do Brasil.
Fundada como São Salvador da
Bahia de Todos os Santos, por Tomé de Sousa, em 1549 a mando de D. João III, rei de Portugal, o
que seria a capital do extenso Brasil, por 214 anos.
Foi na Bahia de que, Salvador foi capital, onde aportou Pedro Álvares Cabral, entre o que se denomina na
actualidade, Santa Cruz de Cabrália e Porto Seguro em 1500.
A primeira capital do Brasil
colonial, Salvador é notável pela sua gastronomia, música e arquitectura. A
influência africana, em muitos aspectos culturais, tornam a cidade o centro da
cultura afro-brasileira.
O Centro Histórico da cidade,
de que o seu pelourinho é ícone, reconhecido pela sua arquitectura colonial
portuguesa, com monumentos históricos do século XVII até ao início ao século XIX.
Tendo sido declarado Património
Mundial pela Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a
Cultura (UNESCO) em 1985, Salvador candidatou-se a ser uma das cidades a
integrarem a Rede de Cidades Criativas da UNESCO.
O Centro Histórico de
Salvador (CHS), compreende a área histórica da cidade, capital do estado da
Bahia, que por ruas e monumentos arquitectónicos da época do Brasil Colónia.
Sendo a área mais antiga da
cidade, entre a Cidade Baixa e a Cidade Alta, ela compreende várias ruas, becos
e ladeiras, torneando a Praça Municipal, Terreiro de Jesus, Caminho de São
Francisco, Largo do Pelourinho, Largo de Santo António e Largo do Boqueirão, um
local bastante turístico com museus, teatros igrejas, apresentações musicais e
comércio de lembranças.
Abrange áreas dos bairros do
Pelourinho, da Sé e do Pilar. A via principal de acesso é a Rua do Chile, que
se inicia na Praça Castro Alves termina na Sé.
Temos assim o maior conjunto
arquitectónico do período colonial da América Latina.
Foi também o primeiro mercado
de escravos do continente, que chegavam para trabalhar nas plantações do açúcar.
Entre 1938 e 1945 o Instituto
Histórico e Artístico Nacional (IPHAN) promoveu o tombamento de vários
monumentos a património nacional, o que não foi suficiente para impedir a sua
degradação.
Isso se veio a acentuar, principalmente,
depois de 1960, quando o local perdeu importância para novas áreas de expansão
urbana.
Só em 1984 o IPHAN promoveu o
tombamento de uma área, de 80 hectares, necessária para que a UNESCO,
declarasse o sítio Património Mundial em 1985.
Desde então o local passou
por vários processos de restauração e revitalização, tendente à preservação da
área histórica da cidade.
Com cerca de 2,9 milhões de
habitantes Salvador é o município mais populoso do Nordeste e o terceiro do
Brasil. O oitavo da América Latina, só superado por São Paulo, Cidade do
México, Buenos Aires, Lima, Bogotá, Rio de Janeiro e Santiago.
A sua região metropolitana, mais
propriamente, Grande Salvador, é o terceiro município mais populoso do Brasil,
ficando somente atrás de São Paulo e Rio de Janeiro. Sendo mesmo o mais
populoso do Nordeste do país.
Salvador possui ainda o maior
colégio eleitoral brasileiro.
A cidade é o centro da
cultura afro-brasileira, onde a maior parte da população é negra ou parda,
assim; cerca de metade da população é parda (genes multirraciais); cerca de um
quarto é negra; Cerca de um terço branca e a restante asiática e ameríndia.
Salvador é ainda a cidade no
mundo, com maior número de descentes africanos.
A capital Federal da Bahia
tem 365 igrejas católicas, resultado da muita devoção religiosa dos
colonizadores.
Na ocasião da celebração dos
450 anos o historiador, antropólogo e sociólogo Cid Teixeira, fez a comparação
o empreendimento da construção da primeira capital do Brasil no século XVI, com
a construção de Brasília no século XX.
As duas cidades surgiram de
uma decisão política, de ocupação de território, cada uma a seu tempo apresentaram
inovações urbanísticas.
Pelo porto, a cidade ficou
articulada com o mundo, assim Salvador, foi desde o primeiro instante cosmopolita.
Não se tratou de um povoado
que foi crescendo. A cidade já surge estruturada, não vinha de um
passado, mas já visava um projeto de futuro. O futuro do imenso Brasil analisa
o historiador, sociólogo e antropólogo António Risério.
A cidade seguiu o modelo de
urbanização das várias cidades costeiras portuguesas, incorporando as características
do meio físico ao desenho urbano. A escolha de sítios elevados para a
implantação de núcleos defensivos; com a estruturação da cidade em dois níveis,
a cidade alta institucional e política e a cidade baixa portuária onde se desenvolveram
Actividades marítimas e
comerciais.
Daniel Costa