MATO GROSSO E MATO GROSSO DO SUL
Aleixo
Garcia veio a ser o primeiro europeu a desbravar área, que viria a constituir o
estado de Mato Grosso.
Tendo
sido náufrago da esquadra de Juan Diaz de Solis, em 1525 atravessou a
“mesopotâmia” (entre rios) formada pelos rios Paraná e Paraguai, na frente de
uma expedição de cerca de 2.000 homens, avançando até à Bolívia.
Na
volta, com grande quantidade de prata e cobre, Aleixo Garcia foi morto por
índios paiaguás.
Sebastião
Caboto em 1526, também penetrou na região, subindo o Paraguai até alcançar o
domínio dos guaranis, com os quais travou relações de amizade e de quem
recebeu, de presente, peças de metais preciosos.
Pelo
célebre Tratado das Tordesilhas, o actual estado do Mato Grosso, e o, ora Mato
Grosso do Sul, pertenciam à Coroa espanhola. Os jesuítas ao serviço da Coroa de
Espanha, criaram os primeiros núcleos, donde viriam a ser expulsos pelos
bandeirantes paulistas em 1680.
Fantásticos
relatos sobre imensas riquezas do interior sul-americano, acenderam ambições de
espanhóis e portugueses. Estes a partir de São Paulo lançaram-se em audaciosas
incursões, nelas preparavam índios e alargaram as fronteiras do Brasil.
As
bandeiras paulistas, chocaram com tropas espanholas do cabildo de Assunção e
com resistência das missões jesuíticas.
Desde
1632, os bandeirantes conheciam, de passagem, onde os jesuítas tinham
localizado as suas reduções de índios e que os espanhóis percorriam como terra
sua.
António
Pires de Campos, em 1672, chegou criança, com a bandeira paterna às, depois,
famosas minas dos Martírios.
Já
adulto retomou o caminho da serra misteriosa e navegou contra corrente, os rios
Paraguai e São Lourenço, Cuiabá acima até ao Porto de São Gonçalo Velho, onde
se chocou com os índios caxiponés
Em
1718, a descoberta do ouro acelerou o povoamento.
Para
garantir a nova fronteira, em 1748, Portugal criou a capitania de Mato Grosso,
ali construiu eficiente sistema de defesa.
Uma
expedição de bandeirantes chegou ao Rio Piranhas, em busca dos índios caxiponés,
descobrindo ouro nas margens do rio, pelo que alteraram o objectivo.
Em
1719 formando o primeiro grupo populacional, organizado nas margens do rio
Coxipó, foi fundado Arraial da Forquilha, a actual cidade de Cuiabá.
A
região de Mato Grosso estava subordinada a Rodrigo César de Menezes.
A
capitania de Mato Grosso, veio a ser criada pela Coroa portuguesa em 9 de Maio
de 1748, desmembrada do território da capitania de São Paulo.
O
governador muda-se para o arraial e de imediato o elevou a nível de vila, que
denominou Vila Real do Bom Jesus de Cuiabá.
Com
os tratados de Madrid e Santo Ildefonso, os Reinos de Espanha e Portugal estabeleceram
as novas fronteiras.
A
notícia de índios descuidados e pouco ariscos espalhou-se e em 1718 um bandeirante
de Sorocaba, Pascoal Moreira Cabral Leme, descendente de índios, subiu o rio
Caixipó, até à aldeia destruída dos coxiponés, onde deu início à rancharia de
uma base de operações.
Cabral
Leme descobriu abundante jazida de ouro. A caça ao índio deu vez à mineração.
Luís
de Albuquerque de Melo Pereira e Cáceres, governador entre 1772 e 1789, teve a
iniciativa de reforçar o esquema defensivo da capitania. Na margem do Rio Guaporé.
O Forte Real do Príncipe da Beira e no sul sobre o Rio Paraguai, abaixo do Rio
Miranda, o Presídio Nova Coimbra.
Fundou
a Vila Maria (tarde São Luís de Cáceres), Casalvasco, Salinas e Corixa Grande.
Criticou
Severamente o tratado de Santo Ildefonso (1777), no tocante ao Mato Grosso, por
achar que tinha concessões prejudiciais a Portugal.
No
levantamento cartográfico e na delimitação de fronteiras, teve a participação
de dois astrónomos e matemáticos brasileiros recém- formados em Coimbra,
Francisco José de Lacerda e Almeida e António da Silva Pontes e dos geógrafos,
capitães Ricardo Francisco de Almeida Serra e Joaquim José Ferreira.
Caetano
Pinto de Miranda Montenegro, o futuro Marquês da Praia Grande, chegou a Cuiabá
em 1796, assumindo o Cargo de capitão-general com um plano de defesa que
protegesse a capitania de qualquer tentativa de invasão.
Realmente
a guerra com os espanhóis veio a deflagrar em 1801, quando Lázaro de Ribera, à
frente de 800 homens atacou o Forte de Coimbra, que Ricardo Franco defendeu, apenas
com 100 homens, conseguiu repelir.
A
paz, veio a ser firmada em Badajoz a 6 de Maio de 1802, ficando a capitania
estabilizada.
No
fim do período colonial verificou-se certo declínio da capitania. Cuiabá e Vila
Bela entretanto, haviam sido elevadas a cidades.
Mato
Grosso, tem a bebida típica tereré, que é seu património imaterial, sendo Mato
Grosso do Sul, o estado símbolo dessa bebida e maior produtor de erva-mate de
que deriva a bebida, de origem pré-colombiana.
A
capital de Mato Grosso é Cuiabá e do Mato Grosso do Sul, Campo Grande.
Daniel
Costa
Tem lugares belíssimos!!!!
ResponderEliminarQue lindas especialmente a primeira, amei o tom!
Beijinhosss ♥
Blog Resenhas da Pâm
Mais uma vez, aqui vim ler a sua lição de História. Desta vez sobre Mato Grosso e Mato Grosso do Sul. "Fantásticos relatos sobre imensas riquezas do interior sul-americano, acenderam ambições de espanhóis e portugueses". Pois é amigo Daniel. Nada é por acaso...
ResponderEliminarUm bom fim de semana.
Beijos.
Estou reestudando a história do Brasil, agora mais sintetizada, mas com muita substância, estilo Daniel Costa. Estou achando ótimo!
ResponderEliminarBeijo, amigo.