RIO AMAZONAS – TRATADO DE MADRID
Devido
ao à presença avançada dos frades franciscanos e por fortificações em Guaporé,
a norte da região, a presença portuguesa ia-se continuando a impor.
Os
franceses, instalados em Caiena (Guiana Francesa), objectivavam descer o
litoral para alcançar o Amazonas, instigando surtidas constantes de sacerdotes,
pescadores e predadores de índios.
Era
assim que as expedições de reconhecimento portuguesas experimentavam grandes
dificuldades na actual região do Amazonas. No rio Negro, os manaós tidos como
índios valentes e resistente, coligavam-se com tribos vizinhas e os torás na
bacia do Madeira, entregavam-se a uma guerra de morte contra sertanistas e
colectores de especiarias.
Na
zona do rio Solimões, a penetração portuguesa ia-se defrontando com missões castelhanas
dirigidas pelo jesuíta Samuel Fritz.
O Amazonas
passou a ser disputado por portugueses e espanhóis que habitavam a respectiva
bacia. Da luta resultou a disputa pela posse da terra o que motivou a formação
de enormes latifúndios.
A
região do alto do rio Amazonas foi então considerada estratégica, tanto para a
diplomacia espanhola, por representar via de acesso ao Vice-reino do Perú. Para
a diplomacia portuguesa, especialmente, a partir da descoberta de ouro nos
sertões de Mato Grosso e Goiás, visto a rapidez de escoamento a partir da bacia
do rio Amazonas.
Por
ordens secretas de Lisboa, as forças militares invadiram as missões espanholas,
expulsando padres e soldados que as amparavam.
Como
corolário, entre 1691 e 1697, Inácio Correia de Oliveira, António de Miranda e
José Antunes da Fonseca apossaram-se do Solimães e Francisco de Melo Palheta
tomava do domínio português do alto Madeira. Belchior Mendes de Morais invadia
a bacia do Napo.
O
Enorme espaço conquistado tornou-se produtivo e a Coroa portuguesa,
necessitando de consolidar a posição, solicitou o consequente trabalho
missionário para a área.
Os
frades carmelitas e os inacianos, assim como mercenários que foram aprofundando
a colonização dos antigos domínios espanhóis no estado do Amazonas.
Espalhavam-se
as missões dos jesuítas pelo vale contiguo do Tapagós e mais a oeste, pelo
Madeira, enquanto os mercenários se estabeleceram próximo da divisa com o Pará,
nos cursos do Urubu e do Uaturmã.
Os
Carmelitas disseminaram os seus aldeamentos ao longo do Solimães, do Negro e ao
norte no Branco, no actual estado Roraima.
Sempre
a ideia de converter os gentios à fé católica e, claro, ampliar o comércio de
especiarias. Os religiosos transferiam as missões com frequência, seguindo as
margens dos rios.
Esses
múltiplos aldeamentos surgiram bastantes povoados, como Cametá, na foz do
Tocatins; Airão, Carvoeiro, Moura e Barcelos, no rio Negro; Santarém, na foz
Tapajóz; Faro, no rio Nhamundã; Borba, no rio Madeira; Tefé, São Paulo de Olivença
e Coari, no Solimães no curso do Amazonas.
É
nesse contexto que se inserem as secretas instruções do Marquês de Pombal,
primeiro-ministro da rei D. José, passadas ao Capitão General da Capitania do
Grão-Pará, João Pereira Caldas, para que fossem fundadas sete feitorias, pelos
cursos dos rios amazónicos de Belém até Vila Bela do Mato Grosso e à capital da
Capitania do Rio Negro, para apoiar o comércio com as províncias espanholas do
Orinoco, na Venezuela e Quito, Equador, assim como do Perú.
Este
comércio era antes feito, a partir da colónia do Sacramento, no Uruguai, fundada
em 22 de Janeiro de 1680, por Manuel Lobo, então Governador da Capitania Real
do Rio de Janeiro, por instruções de Lisboa.
O
tratado de Madrid, firmado na capital espanhola, entre os reis D. João V de
Portugal e D. Fernando VI de Espanha, em 13 de Janeiro de 1750, para definir os
limites fronteiriços, entre as respectivas colónias sul-americanas.
O
novo Tratado teve como fim substituir o das Tordesilhas, que na prática já não
era respeitado, consagrando o direito à posse, pondo fim às consequentes disputas.
Dentro
do projecto de ocupação do sertão amazónico, constituiu-se a Capitania Real de
São José de Rio Negro, pela Carta-régia de 3 de Março de 1755, com sede na
aldeia de Mariuá, elevada a vila de Barcelos em 1790.
Já no
início do século XIX, a sede do governo da Capitania foi transferida para a
povoação do Rio Negro, elevada a Vila da Barra do Rio Negro.
Daniel
Costa
Lindo te ler sempre,Daniel e fatos que nem lembramos, tu trazes à tona! LINDO isso! abração,chica
ResponderEliminarUm ótimo post com ricas aprendizagens!
ResponderEliminarAbraço.
Desconhecia por completo o teor deste magnífico post.
ResponderEliminarSempre a aprender...
Um abraço, caro amigo Daniel.
Bom dia Daniel.
ResponderEliminarQue fantástica postagem!
Adorei!
Soma muito informações como
esta.
Bjins
Catiaho Alc.
Muito lindo tudo que escreveu Daniel!
ResponderEliminarAdorei ler.
Bjs e obrigada pelas palavras no meu blog.
Carmen Lúcia.