MANAUS
E A DIPLOMACIA PORTUGUESA
Entretanto,
Teodósio de Mello viajara para Lisboa, com Samira. Era a primeira viagem
transatlântica desta, que estava a adorar a capital do grande império que foi
Portugal.
Aquele,
procurando situar-se e situar a esposa na época áurea das descobertas, de que o
Brasil foi e sempre será paradigma, porquanto será, o País que mais se deve
identificar, culturalmente, com Portugal, o colonizador.
Na
verdade, nos dois países, hoje irmanados no mesmo idioma, a circulação de
pessoas, comumente, faz-se sem qualquer constrangimento.
Acresce,
a maior comunidade de pessoas trabalhadoras, em Portugal, ser natural do Brasil.
A todo o momento encontram-se transeuntes com sotaque Brasileiro, como estava a
constatar Samira, que o fez notar ao amado marido.
É
facto que o fluxo de deslocação do capital de trabalho, já no final do século
XX se notava, porém neste século XXI, se inverteu. Depois de os portugueses,
encontrarem trabalho no país irmão, agora é vez dos brasileiros em Portugal.
Teodósio
de Mello, já rodado em pensamentos imaginativos e pesquisas sobre a descoberta
e ocupação do Brasil, por portugueses, quis visitar e sentir dois emblemáticos locais
imbuídos de sentido histórico do que às descobertas diz respeito: Sagres, onde
já passara e a Praça do Império, em Lisboa.
Estava
pois, na Praça do Império, olhou todo o grande espaço circundante que comporta,
desde os manuelinos, Mosteiro dos Jerónimos, ou a magnifica Torre de Belém,
cuja estrutura interior, foi criada à imagem de uma caravela. Para apenas citar
monumentos bem representativos e a marcar o local de partida à descoberta do
Brasil em 1500.
Foi
ali que, Teodósio de Mello deu em pensar também na importância da diplomacia
portuguesa, cuja excelente tradição marcou bastante a ocupação de terras do
Brasil.
Já na
sua actual morada no Hotel Tambaú, na cidade de João Pessoa continuou a
debruçar-se, sobre a criação do novo Brasil, cuja grandeza territorial e
humana, tanto admirava.
A
cidade de Manaus foi fundada em 1669, a partir do forte de São José da Barra do
Rio Negro, na margem esquerda do mesmo rio. A origem do nome provém da tribo
dos manaós.
Na
língua indígena, Manaus é a variação de Manaos que significa Mãe dos Deuses.
A
ocupação da região de Manaus, aconteceu em 1657, quando tropas de resgate,
comandadas pelo cabo Bento Manuel Parente, saíram de S. Luís acompanhadas de
dois padres, Francisco Veloso e Manuel Pires. Durante algum tempo, a tropa
fixou-se na foz do rio Tarumã, onde foi colocada uma cruz, como o costumado,
rezada uma missa.
Em
1658, outra tropa de resgate, com origem no Maranhão, chegou à região,
procurando além dos nativos, as chamadas “drogas do sertão”. Os nativos viam
assim as suas aldeias saqueadas, pelos exploradores e os rebeldes que se
recusassem a ser escravizados eram mortos.
O
interesse em construir um forte na localidade veio apenas em 1668, quando o
capitão Pedro da Costa da Costa Favela, caçador de índios, ao regressar ao Pará
convenceu o governador António Albuquerque Coelho de Carvalho, da necessidade
táctica de ser a região dotada de fortificação, contra o assédio dos holandeses
e espanhóis.
A
missão de construir um simulacro de fortaleza foi dada a Francisco da Mota
Falcão, que recebeu auxílio de Manuel Mota Sequeira. O seu primeiro comandante
foi o capitão Angélico de Barros.
O que
é reconhecido como Amazónia, nos primeiros anos do século XVII, pertencia ao
Estado do Maranhão e a única cidade existente era São Luís, onde se concentrava
todo o poder daquele estado.
A
região central e oeste foram ocupadas apenas por ordens religiosas que se
subdividiram em áreas de missões e aldeamentos de actuações de Jesuítas, Carmelitas,
Dominicanos e Franciscanos.
O que
variou ao longo do tempo, mormente com o fim da Companhia de Jesus em meados do
XVII século.
Ao tempo
que as Ordens Religiosas dominavam o interior do vale Amazónico o Governo do
Estado do Maranhão promovia a distribuição de terras para particulares fundarem
as suas capitanias.
Daniel
Costa
Gostei de ler sobre a fundação da cidade de Manaus e da origem do seu nome.
ResponderEliminarEm relação às migrações, elas vão-se revezando conforme um país está melhor que outro. São fases difíceis para quem por elas passa.
Uma boa semana, Daniel.
Beijos.
Como sempre Daniel você descreve lindamente a história que todos nós Brasileiros deveríamos saber.
ResponderEliminarAdorei ler.
Bjs e uma ótima semana.
Carmen Lúcia.
Pois é, amigo Daniel, aqui estou eu, brasileiro, aprendendo um pouco mais de História com esse irmão português. Excelentes texto e fotos. Parabéns.
ResponderEliminarGrande abraço. Pedro.