SÃO LUIS – OCUPAÇÃO HOLANDESA
Cerca de 1641, uma esquadra holandesa de 18 embarcações, com um milhar de
militares, comandados pelo almirante Jan Cornelisz Lichthart e pelo coronel
Koin Handerson.
O principal objectivo dos holandeses, seria ali a expansão da indústria
açucareira.
Antes os holandeses já tinham invadido boa parte do nordeste brasileiro,
tomando cidades como Salvador, Recife e Olinda.
Agora a frota dos holandeses, era comandada por Pieter Baas que investindo
contra São Luis, amedrontando os seus moradores, o que fez a cidade ficar
deserta.
Foi feito prisioneiro o governador da cidade, o fidalgo português Bento
Maciel Parente, veterano do sertão, em seguida hasteada a bandeira holandesa.
A cidade foi saqueada, igrejas foram roubadas, assim como cerca de cindo
mil arrobas de açúcar.
Tudo a fazer resultar numa paralisação da economia maranhense.
Dez meses após a investida, os lavradores portugueses revoltaram-se
contra a invasão holandesa, em conspiração com os religiosos da Companhia de
Jesus, auxiliados por mamelucos e indígenas fiéis.
Era líder da revolta António Muniz Barreiros que, faleceu durante o
conflito, tendo sido substituído por outro senhor de engenho António Teixeira
de Melo.
O
Outeiro da Cruz, à época ficava fora das portas da cidade, local religioso, que
foi palco de recontros de grande crueldade. Os holandeses dizimavam os
habitantes que ainda ficavam no burgo.
Em
Taquitapera, actual município de Alcântara, no continente, Teixeira de Melo
recebeu emissários do príncipe Maurício de Nassau, este ofereceu-lhe o governo
dos portugueses do Maranhão.
Se a
proposta fosse aceite, o político teuto-neerlandês teria recolhido a São Luis.
Porém a proposta foi recusada e a luta continuou até Fevereiro de 1644,
Nessa
data, os neerlandeses retiraram-se, depois de um período de ocupação
intranquila de 27 meses, em que 17 foram período de lutas.
Sobrou
aos holandeses a ruína do casarão onde residiu o governador Pieter Baas.
Casarão que viria a ser derrubado de todo apenas em 1939. A posição ancestral
europeia, indígena e africana, segundo um estudo genético de 2005, a
contribuição europeia chega 42%, a indígena 39% e a africana 19%.
A
capital do Maranhão, hoje fica na recordação, pelo enorme casario de
arquitectura portuguesa.
Fundada
já em 1755, pelo Marquês de Pombal, a Companhia de Comércio de Grão-Pará e
Maranhão, que se destinava a controlar e fomentar a actividade comercial
daquele Estado, fortalecendo a prática do mercantilismo no reino.
Face
à proibição da escravidão indígena no Estado do Grão-Pará e Maranhão, a
Companhia foi originada por, em 1752 pela Câmara Municipal de São Luis do
Maranhão ter pedido ao governador e capitão-general, Francisco Xavier de
Mendonça Furtado.
Era
ideada, então uma sociedade autorizada a explorar o comércio de importação de
escravos africanos.
O
governador aceitando com agrado a ideia e depois de conseguido o apoio dos
cidadãos mais influentes de Belém do Pará, encaminhou-a ao seu meio-irmão, o
Marquês de Pombal.
No
Reino, no âmbito da restruturação administrativa então promovida, Pombal atraiu
à ideia grandes comerciantes das praças de Lisboa e Porto.
Desse
modo a 7 de Agosto de 1755, com o capital social de 1200.000 cruzados,
fundava-se a Companhia.
O
objectivo era vender escravos africanos em grande escala, naquelas capitanias e
com isso desenvolver a agricultura e fomentar o comércio.
Com
esse fim recebeu diversos e importantes privilégios.
O
grande número de facilidades e prerrogativas concedidos à companhia por parte
do Estado, foi criticado pela Companhia de Jesus, como por exemplo, o padre
Manuel Ballestre, que do seu púlpito em Lisboa, afirmou: “quem entrar nesta Companhia não entrará na de Cristo, nosso Redentor”.
Essa
afirmação custou-lhe o desterro sumário da Corte.
Apesar
de todo o criticismo, a Companhia trouxe grandes benefícios a São Luis, o
comércio com a metrópole floresceu.
Até
então o movimento resumia-se a um navio por ano, entre 1760 e 1771, setenta e
um navios dali partiam para o reino, transportando cargas de algodão, arroz,
cacau, gengibre, madeira e outras.
Relativamente
ao movimento de escravos, calcula-se que, até 1755 ingressaram no Estado de Do
Grão-Pará e Maranhão apenas três mil africanos.
Entre
1755 e 1777 a aquisição dessa mão-de-obra, feita em Cacheu, Bissau e Angola,
financiada pela Companhia, teve o número de doze mil.
Depois
de aclamada Dona Maria I, no início da década de 1780, no contexto da chamada “Viradeira”,
foi extinto o monopólio e a própria Companhia, em 25 de Fevereiro de 1788.
Daniel Costa
Mais uma lição de História, Daniel. Esta época de ocupação dos holandeses foi difícil. Mas naquela altura o Brasil era cobiçado por muitos outros países. O que mais impressiona é o movimento que leva a ir buscar escravos a África para povoar o Brasil... Custa pensar no desenraizamento dos africanos...
ResponderEliminarUm beijo, amigo-
Ola Daniel.
ResponderEliminarMuito bem escrito por vc.
As invasões holandesas foram o maior conflito político-militar da colônia. Embora concentradas no atual Nordeste, não se resumiram a um episódio regional. Fizeram parte do quadro de relações internacionais entre os Estados europeus: foi uma luta pelo controle do açúcar, bem como das fontes de suprimento de escravos. Houve duas frentes interligadas, embora distantes: Brasil e África.
Bj
OI DANIEL!
ResponderEliminarRELATOS HISTÓRICOS E IMPORTANTES POIS FAZEM PARTE DA HISTÓRIA DE NOSSO AMADO BRASIL MUITO BEM DESCRITOS POR TI.
ABRÇS
http://zilanicelia.blogspot.com.br/
PARABENS
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