CARNIDE – ADEGA DAS
GRAVATAS
Embora
não tenha ainda deixado transparecer, o inesperado divórcio solicitado por
Vera, estava-lhe atravessado no peito.
Se
ficara de imediato acordo, fora por muito a amar.
Ela
não merecia que ele, Olavo, lhe pusesse obstáculos.
Porém,
para atenuar a mágoa decidiu, de imediato, fixar residência no paraíso
brasileiro, que é Angra dos Reis, onde já tinha apartamento.
Como
se sabe o apartamento, servia também como sede das suas atividades no País
irmão.
Ao ter uma certa paixão por Mirta, consentira que ela também disfrutasse do
apartamento.
Porém
sem alegar razões, enviou-lhe E-Mail, a informar que, doravante, passaria o
morar ali.
Deixando-a
pensar que seria com a sua Vera, com quem na prática já estava separado.
Depois
deste assunto tratado e ter contatado a imobiliária, para ver como decorria o
assunto, apartamento, que desejava adquirir em Lisboa mais para, alojar a sua
razoável biblioteca.
Tratou
de contatar a sua cliente Mizé, para lhe dar conta da resolução da investigação,
para que o contratara.
Contatada
esta, o encontro recaiu em novo almoço no aprazível restaurante Adega das
Gravatas, em Carnide.
a
hora aprazada, ali estavam petiscando alguns dos variados, aperitivos, que
serviam em todas as mesas do grande e renomado espaço da gastronomia lisboeta.
Muito
normalmente, o detetive particular, foi dando conta a Mizé do trabalho de que
o encarregara.
Paiva
o corcunda pinga amores, tinha-se decido por outra mulher e não fazia conta de
voltar mais a sua casa.
Esta
choramingou e ficou como que perdida.
Ela
que sempre se apresentara, senhora da situação, perdeu a postura e agarrou-se a
Olavo.
O
inspetor para a consolar, prometeu apoio, dizendo-lhe ser uma atraente mulher
e de sucesso, que depressa poderia arranjar novo amor.
Para
a ajudar a passar a crise, convidava-a desde já, para jantarem em ambiente
acolhedor.
Sem
se fazer rogada ela aceitou, iria ter com ele ao hotel, onde já sabia ele estar
hospedado.
Acabou
o repasto que ambos remataram com uma sericaia, doce mais típico da cidade
fronteiriça alentejana de Elvas e da relativamente vizinha Vila Viçosa, onde
nasceu a grande poeta Florbela Espanca.
O
doce é apresentado, com calda de ameixa seca e encimado por uma destas, também
seca.
Doce
de origem conventual.
Depois
um café e um licor Beirão, como digestivo, acabou o almoço.
Mizé
e Olavo, metendo-se nos respetivos carros, seguiram os seus destinos.
O
inspetor foi à imobiliária, saber o andamento do caso apartamento.
Como
tudo, estava bem encaminhado, pode logo ver o que foi proposto.
Como
era próximo do seu escritório e reunia as condições desejadas aceitou.
Fez
de imediato contrato de compra e venda, pedindo que o ato de escritura fosse o
mais rápido possível.
Depois
passando pelo seu escritório, abriu o computador, para ver o expediente.
Dali
partiu para o hotel, onde Mizé já estava no bar à sua espera.
Ao
juntarem-se subiram os dois, ali estavam eles, cada qual com a sua mágoa e sem
palavas.
Mizé
foi a primeira abeirar-se, era cedo e Olavo, curiosamente, estava em Lisboa, na
firme disposição de nunca mais se render aos encantos, das cientes.
Passaria
a ser de uma mulher só … Vera!
E
agora?
A
instintiva reação foi arrastar Mizé para o leito.
Depois
de bastantes carícias ela se lhe entregou perdidamente.
Deram
conta depois, então de precisarem comer.
Mesmo
do quarto encomendaram, algo para degustar e ali ficaram numa conversa animada.
Dela,
resultou a confissão de Olavo.
Depois
dos seus problemas solucionados, o seu destino seria morar definitivamente no
Brasil.
Foi
a vez de Mizé propor-se ficar com ele todos os dias, enquanto este estivesse em
Lisboa.
Por
fim, deram-se as mãos e juntos pernoitaram.
Daniel
Costa
Texto e foto
Texto e foto
Olá amigo Daniel!
ResponderEliminarEstou aqui a ler seu texto...
E relendo para compreender bem...
Mas acredito que ESTE TEU LIVRO será um sucesso para os amantes de uma boa leitura.
Até amigo... Volto logo!
Beijos da amiga Fernanda Oliveira
Olá!Boa tarde
ResponderEliminarDaniel
não conhecia sericaia.Deve ser uma delícia.
Pronto, Olavo se envolveu com a cliente,Mizé, justamente num momento em que estava com seus planos traçados com Vera.Isso, não vai dar boa coisa."A maior covardia de um homem é despertar o amor de uma mulher sem ter a intenção de amá-la."
Augusto Branco
com calma e pouco a pouco vou tomando ciência do top secret Olavo...
Obrigado pelo carinho de sempre
Bela semana
Abraços
Olavo é um homem que se rende, facilmente, aos encantos femininos. Impossível manter, dessa forma, um relacionamento estável. Aí está ele, mais uma vez, deixando-se levar.
ResponderEliminarComo sempre, Daniel, seu detetive resolve as questões profissionais, frequenta ótimos restaurantes... e não perde a chance de estar com uma cliente (rss). Bjs.
ResponderEliminarOlá Daniel,
Creio que Olavo não é homem de cumprir promessas, nem as que faz a si próprio. Decididamente, ele não é homem de uma só mulher. Feliz da Vera que deu outro rumo à sua vida.
Abraço.
Olá, Daniel
ResponderEliminarAntes de mais nada obrigada pelo teu alerta.
Não sei com me escapou este episódio...
Estou a ficar velhota, é o que é...
O nosso amigo Olavo, por muito boas intenções que possa ter, acaba sempre por ceder ao apelo da carne :)))
Costuma-se dizer que "quem torto nasce, tarde ou nunca se endireita". É o caso dele, está-lhe nos genes...
Olha, agora até que comia uma bela duma sericaia :)
Como eu gosto desse doce! E a ameixa em calda, então, é de ir às lágrimas. Só temos é que esquecer que a quantidade de calorias nela contida é mesmo para esquecer...
Vou à casinha mais acima, ler o último episódio - último publicado, não sei se é o último mesmo.
Já vou ficar a saber.
Beijinhos
Mariazita