BRASÍLIA
– DISTRITO FEDERAL
Sendo
capital da República Federativa do Brasil, Brasília é ao mesmo tempo, capital
de uma das 27 unidades federativas daquele país, situada na Região Centro
Oeste.
Aquele
Distrito Federal é, na prática, um enclave no estado de Goiás, idealizado por
num projecto do então presidente Juscelino Kubitschek, de mudança da capital,
da cidade do Rio de Janeiro, para o centro do país.
Aconteceu
já na década de 1960, também separado do de Minas Gerais por uma ponte de 130
metros sobre o rio Preto.
Até à
chegada, no século XVI, aquela zona central onde está hoje o Distrito Federal,
era ocupada por indígenas do tronco macro-jê, como os acroás, os xavantes, os
caiapós, os javaés…
No
século XVIII, a região era cortada pela linha do tratado das Tordesilhas que,
como se sabe, dividia os domínios dos portugueses dos espanhóis e tornou-se
rota de passagem para os garimpeiros de origem portuguesa, em direcção às minas
de Mato Grosso e a Goiás.
SABEDORIA DOS ÍNDIOS
“Nós os índios, conhecemos silêncio.
Não temos medo dele.
Na verdade, para nós ele é mais poderoso que as
palavras.
Nossos ancestrais foram educados nas maneiras do
silêncio e eles nos transmitiram esse conhecimento.
“Observa, escuta, e logo atua”, nos diziam. Esta é a
maneira correta de viver.
Observa os animais para ver como cuidam dos seus flhotes.
Observa os animais para ver como cuidam dos seus flhotes.
Observa os anciões para ver como se comportam.
Observa o homem branco para ver o que querem.
Observa primeiro, com o coração e a mente quietos e
aprenderas. Quando tiveres observado o suficiente, então poderás atuar”.
A
partir de 1500, da expedição, que aportou a terras, que viriam a chamar-se
Brasil, comandada por Pedro Álvares Cabral, a região habitada por indígenas
ameríndios, até à sua independência, em 1822 é apenas o espaço - tempo, que
Teodósio de Mello se propôs estudar.
Foi
isso que o motivou a morar no hotel Tambaú, à vista daquele excelso mar da
cidade de João Pessoa.
Entretanto,
ia observando toda a integração étnica, que os colonizares portugueses iam
suscitando e provocando com a sua presença. Observou haver bastantes
cruzamentos étnicos. Os portugueses, devido talvez a uma longa tradição de,
internamente terem convivido com variados povos, para além dos escravos, podem
orgulhar-se de não terem semeado xenofobia. Na observação de Teodósio de Mello,
tal como em Portugal, o povo em si é tolerante.
O que
se possa aventar é esse mal: do racismo de classes, que afinal é da condição
humana.
Senão
veja-se, no desenvolvimento de qualquer sociedade, três componentes estão
sempre presentes; a religiosa, a económica e a política.
Era
este prisma que também guiava Teodósio de Mello, afinal o que motivou tantos
portugueses a desembarcar e a desbravar o Brasil?
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Claro que, mais que tudo, a ambição económica!
Uns
conseguiram enriquecer, outros jamais o conseguiram, dai que as desigualdades
sociais continuassem a ser um facto, originando as classes económicas.
Talvez
nenhum lugar do mundo tenha passado por uma miscigenação tão intensa como o
Brasil.
Grande
parte dos colonizares portugueses ali se miscigenou com índios e africanos,
dando origem a entre outras, a bonita mulher cafusa.
Teodósio
de Mello, no próprio hotel que elegera como morada, a determinada altura,
estava na sala do pequeno-almoço, a amada Samira, eis que se lhe deparam,
também no repasto, duas mulheres a parecerem índias.
A
primeira reacção foi a ideia de meter conversa com elas, mas retraiu-se e
preferiu tentar fazer uma boa observação. Assim fez, sempre a balbuciar e
comentando com a namoradinha.
No
dia seguinte, como estava certo que aconteceria, lá estavam de novo, ambas,
agora acompanhadas com a filhota de uma, apresentando também traços de índia.
Então
Teodósio de Mello, declinando o seu nome, apresentado um semblante sorridente,
apresentou-se e pediu para as fotografar. Elas de imediato, bem simpáticas se
predispuseram a aceitar.
Depois
do que resultou, a almejada troca de conversa; não elas, embora com os traços
bem vincados não eram índias, mas sempre sorridentes, admitiram ser
descendentes dessa etnia.
Em
conversa, veio a saber, estarem ali de férias vindas de Brasília, sua cidade.
De
facto as mulheres foram muito simpáticas e por mais dias, tantos quantos elas
ali permaneceram, conversaram ao pequeno - almoço, até às despedidas.
Aconteceu
que, Teodósio de Mello, sentiu-se transportado à contemporaneidade do início da
colonização do Brasil.
Daniel
Costa
Mais um excelente post sobre o Brasil, desta vez sobre Brasília.
ResponderEliminarUm abraço, caro amigo Daniel.
Excelente, mais esta lição sobre o Brasil.
ResponderEliminarGostei tanto do texto "a sabedoria dos índios", Daniel...
Uma boa semana.
Beijos.
O texto é muito bom e as minhas felicitações pela introdução da sabedoria dos índios.
ResponderEliminarBoa semana e abraços
Que beleza de fotos, texto e homenagem aos índios e Brasíl! abração praiano,chuica
ResponderEliminarAmigo Daniel nessas suas postagens sobre a História do Brasil, sempre apendo um pouco mais sobre o meu país, como, por exemplo, sobre os indígenas que habitavam aqueles campos nos quais Brasília foi construída. Muito bom.
ResponderEliminarAgrande abraço.
Pedro
Linda postagem Daniel!
ResponderEliminarAs foto estão maravilhosas.
Uma ótima semana!
Abraços!