SÃO VICENTE DE FORA
O labor de Olavo era elevado, tendo em vista a cabal missão de investigar o caso da sua cliente Vanessa.
Na verdade, acordara tarde, pela exaustão acumulada.
Partes
da noite a dormir com Tila no hotel, a preparar a amante para o Swing,
cuja ocorrência seria já nessa noite de Sábado, era trabalho duplo.
Mais
uma vez, iria ter o almoço a dois no Centro Comercial Colombo, a
cumprir o que já se estava a tornar rotineiro, contra os princípios do
Investigador.
Porém serviço é serviço, a que o zeloso Olavo programava ao pormenor.
Depois do almoço dirigiu-se, de novo a observar a zona onde se situava o Clube de Swing.
O
que o levou a visitar o vasto Mosteiro de São Vicente, dedicado ao
padroeiro de Lisboa e a riquíssima zona monumental envolvente.
Zona
envolvente, onde se podia ver o Panteão Nacional, ou a igreja de Santa
Engrácia. Mais acima a famosa Igreja da Graça, e um miradoiro junto, com
uma magnífica vista sobre a parte antiga da cidade.
Olavo romântico, por natureza, apelidava estas vivências, por romagens de saudade!
Debruçou-se mais, sobre o Mosteiro de São Vicente:
-
Este remonta de uma igreja principiada em 1582, no local onde o
primeiro Rei de Portugal, D. Afonso Henriques, havia mandado construir
um primitivo templo.
Este também sob a invocação de São Vicente.
O
Santo foi proclamado padroeiro de Lisboa em 1173, quando as suas
relíquias foram transferidas do Algarve, para uma Igreja fora das
muralhas da cidade.
Concluído em 1627, a sua traça é da autoria do arquitecto Filipo Terzi
A
4 de Dezembro de 1720, João Frederico Ludovice foi nomeado como “Mestre
Arquitecto das Obras do Real Mosteiro de São Vicente de Fora”.
É
da autoria deste profissional o imponente altar barroco, encomendado
por D. João V de Portugal, que ocupa o centro da capela-mor.
Colocado sob o baldaquino, assenta em quatro potentes colunas.
Sobre
altos plintos destacam-se oito imagens monumentais, de madeira pintada
de branco, ao gosto italianizante da Escola de Mafra Ludoviciana.
Representam
São Vicente de fora e São Sebastião, executadas por Manuel Vieira, a
quem se devem ainda as belas esculturas de anjos, colocadas sobre as
portas de acesso o côro dos cónegos.
Ainda
com estes factos a matraquear-lhe a cabeça, Olavo degustava um lauto
jantar de arroz de marisco, nas redondezas do Clube de swing.
Era dia de facto, Sábado em que este funcionava e nesse dia ali faria a estreia, com a sua amante especial.
Jantou calma e tranquilamente, até dali partir para o “Europa Bar”, onde havia marcado, obviamente, encontro com Lila.
Com ela planeara, partir dali para o Swing.
Precisamente, à meia-noite, a porta ia-se entreabrindo a cada casal, previamente inscrito.
Cerca
de quarenta e cinco minutos mais tarde, já com todos vestidos, apenas
de gravata vermelha, dependurada no pescoço. Com a distribuição de uns
drink’s, dava-se início à sessão.
Para essa a indumentária foi assim constituída e uma espécie de bailado, constituía a primeira parte lúdica.
Enquanto
isto, dois invólucros com amarelos papéis, um para a escola pelas
mulheres e outro para os homens, tantos quantos os presentes, dobrados
em quatro.
Assim eram os pares encontrados!
Olavo
indo contra os seus princípios de rectidão, conseguiu subornar, a
mulher incumbida de proceder ao sorteio, para lhe caber a bonita Ana,
amante de Adolfo.
Acabado o sorteio, cada casal tinha gabinete reservado.
Era ai que se tinha conhecimento, com quem ia formar para par.
Foi assim que Ana, ficou a saber que lhe calhara Olavo.
A nudez, que a gravata vermelha, realçava manteve-se até final.
Foi assim que Olavo e Ana conversaram, ela era uma boa conversadora, o que muito interessou o Inspector.
Houve apenas conversação e nada de consumação.
No fim ambos estavam satisfeitos!
Os primitivos casais voltaram a reunir-se, seguindo cada um o seu destino.
Ao outro dia Olavo podia, com propriedade, apresentar conclusões à sua cliente Vanessa.
Com um telefonema a esta, estabeleceu uma reunião de almoço com ela.
Aí a pôs ao corrente de como lhe era feita a traição e de como se tornara vítima.
Como esta já tinha dissipado dúvidas, agradeceu a Olavo a colaboração, fornecendo-lhe dados concretos.
No dia seguinte, entraria com o processo de divórcio.
Daniel Costa
Gostei muito da forma como você conduziu a passagem de Olavo pela casa de swing. Ele nem precisou participar, efetivamente, do que se espera em troca de casais. E obteve todas as informações necessárias ao encerramento do caso.
ResponderEliminarOutro lado bem interessante de cada capítulo são os detalhes que nos apresenta sobre os locais dos passeios de Olavo.
Bjs.
ResponderEliminarOlá Daniel,
Fiquei surpresa com o que aconteceu no Clube. Você se saiu bem, como disse a mana. Gostei da atitude do Olavo, que não abusou da oportunidade.
Também gostei das informações acerca do Mosteiro de São Vicente. Os passeios de Olavo são sempre culturais e rendem ótimas informações.
Beijo.
Adorei o mosteiro, e como Olavo saiu dessa, louca pela continuação.
ResponderEliminarBoa semana
beijo
Bom dia, Daniel
ResponderEliminarDesta vez Olavo "safou-se" sem ter que participar do "jogo das gravatas"... :)))
Parabéns pelo desfecho que deste a mais este caso.
Muito interessantes as informãções sobre o Mosteiro de S. Vicente de Fora, especialmente para quem não conhece.
Certamente não te lembras mas eu publiquei um post com a lenda de S. Vicente, cujos restos mortais vieram do Algarve, por mar, acompanhados pelos dois corvos.
Só te faltou um pequenino pormenor: dizer que D. Afonso Henriques prometera construir um templo se conquistasse a cidade de Lisboa aos mouros, o que veio a verificar-se, é claro... e assim se construiu o primeiro templo.
Passaste lá por «CASA» precisamente na véspera da publicação do meu último post. Vai lá, que penso que vais gostar...
Continuação de boa semana. Beijinhos
Boa noite amigo Daniel!!!!!
ResponderEliminarMuito me surpreendeu a atitude do Olavo,que demonstrou ser um homem reservado,mesmo num Swing não fez uso desmedido.E como Monumento Nacional,o autor nos mostra o Mosteiro de São Vicente,do qual engrandece muito,como também os passeios do Olavo.Aqui realmente é um lugar de cultura.O vídeo deu o regeito do post,rsrs
Abç
Gosto demais quando inseres essas aulas de História e Turismo nos teus textos, Daniel.
ResponderEliminarUm belíssimo final de semana, amigo!Bjs
Olá Daniel,
ResponderEliminarDepois de um tempinho ausente aqui estou pra matar a saudades e continuar lendo a história sobre as andanças de Olavo.
Vou ler com mais calma as outras postagens passadas que perdi.
Gostei dessa missão de Olavo e o desfecho da história.Foi muito bem conduzida.
Deixo um grande abraço, com desejo de uma ótima semana!
Beijos!
Amigo quero mais!!rss
ResponderEliminarbeijo