CASAL DO FOZ A TERCEIRA LENDA

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sexta-feira, 26 de maio de 2017

FORTE DE SANTA CATARINA DO CABEDELO


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FORTE DE SANTA CATARINA DE CABEDELO

Primitivamente construída em taipa, a estrutura foi arrasada durante a governação de André de Albuquerque, por um ataque combinado, em 1591, de corsários franceses e indígenas.
Reconstruído a partir do ano seguinte, em alvenaria. Foi concluído em 1597 com a invocação de Santa Catarina de Alexandria, padroeira da capela do forte, e como homenagem a Dona Catarina de Portugal, Duquesa de Bragança.
Teodósio de Mello de já adoptara a cidade de João Pessoa, como sua, pela consabida urbanidade, pelo clima tropical-ameno, pelo seu verde, pelos seus quilómetros de costa e sobretudo, por ser a cidade da sua amada Samira, a sua romântica paixão.
Ainda por se situar no ponto das Américas, onde o sol nasce mais cedo, propício, portanto para os seus estudos sobre a descoberta do País e dos muitos navegadores, que por ali terão passado, deslumbrando-se.
Tal com os habitantes da cidade, capital da Paraíba já se achava bem integrado no ambiente, tanto mais que vivia à vista daquele mar que há séculos fascinara inúmeros navegadores.
Entre os frades que sempre acompanharam as expedições, alguns já aplicariam a sociologia, criada séculos depois, como ciência, por Augusto Comte, já citado.
Este viria a ser seguido por Émile Durkheim, que criou a disciplina académica da sociologia, muito poderia estudar as motivações da colonização do Brasil, ao longo de séculos, por portugueses.
É que teve de haver algo de místico motivador, devido a bastantes guerras e perigos eminentes a enfrentar, que só a sociologia, tal como a conhecemos hoje, pode explicar.
No mesmo ano, de 1597, uma esquadra francesa, de treze navios, com uma força de 350 homens, atacaram o forte por terra, do que resultou a morte do seu comandante, durante a resistência ao assalto.
O Capitão João de Matos Cardoso reassumiu então comando.
Em 1601, a guarnição era de um comandante Capitão, um alferes, um sargento, um tambor e vinte soldados armados com mosquetes; artilhado com três peças de bronze e nove de ferro.
Em 1611 as peças de bronze foram refundidas em Pernambuco e no ano seguinte, trezentos soldados com arcabuzes, faziam parte do seu efectivo. Da sua artilharia constavam onze peças.
Em 1618, reconstruido pelo Engenheiro-mor e dirigente das obras de fortificação do Brasil, Francisco de Frias Mesquita.
Em 1603 a 1634 auxiliou a defesa de terra, contra um desembarque holandês sob o comando do Almirante Boudewign Hendrickszoon por alturas da baia da Traição.
Em 1631, ainda no comando do Capitão João de Matos Cardoso, já com a progressiva invasão holandesa, o forte teve as suas defesas reforçadas, com a guarnição de duzentos homens e artilhado com dezoito peças, resistindo ao ataque de Dezembro.
Depois 16 navios, 1300 homens no comando do Coronel Hartman Gottfred von Stein Callenfels atacaram, perecendo Jerónimo de Albuquerque Maranhão. As baixas holandesas ascenderam a duzentos mortos e cento e cinquenta feridos.
O forte, na ocasião, estaria artilhado com catorze peças de bronze e quarenta e duas de ferro.
Rechaçado o ataque holandês, de 25 a 28 de Fevereiro de 1634, 24 navios e 1200 homens, comandados por Sigismundo van Schkoppe, o forte sofreu melhorias na direcção do Diogo Pais, tendo passado a ser artilhado com seis peças de bronze e doze de ferro.
No entanto os holandeses irredutíveis, voltaram a atacar, desta vez com 29 navios e 2350 homens, comandados por Schkoppe, que chegou à Paraíba a 3 de Dezembro de 1634. No ataque iniciado no dia seguinte, veio a perecer o Capitão Matos. Substituído pelo Capitão Jerónimo Pereira, em 12 de Dezembro de 1634, que por seu turno, veio a cair, sendo substituído, no comando, por Francisco Gregório Guedes de Souto Maior.
Em 19 de Dezembro, nova frota holandesa, vinda do Recife bloqueou a barra do rio Paraíba, alvejando o Forte de Santa Catarina, em seguida sitiado por tropas de terra.
Ao mesmo tempo, a 23 de Dezembro, caia o Forte de Santo António, que o apoiara, cruzando fogo na margem oposta a norte da foz do rio Paraíba.
Ainda resistiu a Praça por quinze dias, porém com as muralhas arrasadas, sem munições, a artilharia danificada, a capitania rendeu-se.
A cidade de Filipeia e a capitania da Paraíba foi entregue aos holandeses.
A luta custou à defesa, oitenta e dois mortos e cento e três feridos.
Os holandeses, vieram a perder o controlo de Frederica… Filipeia de Nossa Senhora das Neves em 1645, ficando limitados e restritos à ocupação deste forte e do de Santo António.
Aquando da sua capitulação, no Recife em 1645 abandonaram estes, que foram reocupados por forças portuguesas, comandadas pelo Coronel Francisco Figueiroa.
Ao longo dos tempos, o forte foi-se degradando e pelas cartas régias de 28 de Novembro de 1689 e de 29 de Agosto de 1697, reiteradas por ordens datadas de 28 de Agosto de 1699, deu-se a reconstrução com a planta, inicialmente, traçada pelo Sargento-mor Pedro Correia Rebello, mais tarde revista e ampliada pelo Engenheiro Luiz Francisco Pimentel.
O forte… Fortaleza, como Teodósio de Mello, já teve ocasião de visitar, fica apenas a 18 quilómetros da cidade de João Pessoa, na embocadura do da foz do rio Paraíba, já na cidade portuária do Cabedelo.
Mais uma testemunha, da presença portuguesa no Brasil colonial, que os roteiros turísticos assinalam.
Teodósio de Mello, também comtemplou, demoradamente todo o complexo, defensivo e verificou ser muito visitado por grande afluxo turístico.

Daniel Costa


9 comentários:

  1. Cá vim ler com gosto a sua lição de história do Brasil...
    Uma boa semana.
    Um beijo.

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  2. Mais um belo pedaço de História brasileira (e portuguesa...).
    Bom resto de semana, caro Daniel.
    Abraço.

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  3. Esse teu futuro livro deveria ser obrigatoriedade nas escolas, a perfeita História do Brasil, por Daniel Costa. O que achas?
    Beijo!

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  4. Tais Luso
    Na verdade, essa ideia não cabe ao autor. O autor tem dois anos de pesquisas e tem na ideia fazer várias palestras na Universidade Sénior que frequenta, onde já teve várias, pequenas, intervenções. É que em Portugal, há grande, diria masoquismo, em relação à colonização do Brasil.
    Beijos

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  5. Este comentário foi removido pelo autor.

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  6. Olá Daniel, me deparei com esse rico texto, sou paraibana e até bem pouco morava em Cabedelo, é uma linda história (tudo junto e misturado)
    Brasil e Portugal, o Forte hoje vive um momento bem especial, usa-se para realização de Eventos culturais tendo a frente o Agente Cultural paraibano mestre Tadeu Patrício que faz um belo trabalho apresentando o folclore paraibano, também realizam casamentos e a nossa (SCEP)
    (Sociedade Cabedelense de Escritores e Poetas) nos reunimos para decidir sobre a Instituição e outros acontecimentos. Fiquei orgulhosa por ver a cidade de Cabedelo sendo citada e você mostrando esse relato. Obrigada.
    Abraços!

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    Respostas
    1. MEUS TRAÇOS E LINHAS
      Já por duas vezes tive perto do forte do Cabedelo, creio porque nessas vezes (2015 e 2016) estive a assistir ao pôr do sol na praia do Jacaré. Aliás escrevi no meu livro TOP SECRET OLAVO um capitulo cujo cenário é a cidade do Cabedelo.
      De resto, já que o observatório (diga-se assim) do único personagem que conduz o estudo, está sediado em João Pessoa, a cidade e a Paraiba, têm vários capitulos. Tudo vai terminar no próximo capitulo: PEDRA DO INGÁ. Depois haverá livro para que já há Prefácio e Posfácio de escritoras brasileiras.
      Obrigado pelo comentário,
      Abraços

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  7. Caro Daniel, como tenho dito em outras postagens, aqui sempre aprendo um pouco mais sobr o Brasil. Parabéns pelo belo trabalho sobre a História de Santa Catarina.
    Grande abraço.
    Pedro

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  8. Graças pelo aumento de meus conhecimentos.

    Abraço forte

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